30 de novembro de 2010

Fast Scraps XXIII

Dizem que a galera do orkut não gosta de olhar texto grande.
Ai, ai, duvidêódó.
Eu sei com quem estou falando.


Pois é! Trabalhando estes dias na FENAGRO, que hoje se inicia para o público e, para quem está nos bastidores, é como se já estivesse terminando, fico aqui fazendo um breve resumo e comparando com a feira de gado em Cipó.

Milhares de animais entre bovinos, equinos, ovinos e outros, entram com donos em busca de bons negócios. A feira de gado em Cipó tem o mesmo objetivo. A diferença básica é que na FENAGRO é tudo pesado e o preço com base na árvore genealógica do animal. Em Cipó, é pelo olho e, o animal estando gordo ou magro é o que importa.

Por animal, cada empresário rural ganha em torno de cinco, dez, vinte, trinta mil reais. Em Cipó, vai mais um pouquinho nos números, sendo quarenta, cinquenta, sessenta, só que reais e, mais nada, sem os mil em cena.

Na FENAGRO, os criadores expõem e após os lucros, esperam mais lucros agora sentados nos bancos de negócios, embriões, ou simplesmente em casa. Na feira de Cipó, a peleja de um bom negócio é sinal de garantia de uma boa feira no comércio que leva para casa e a preocupação de no outro dia fazer a montaria no cavalo e procurar mais gado para a perpetuação da história.

Os cavalos de todas as raças, inclusive jumentos, contrastam com os vendidos no olho na linda feira de Cipó, onde, entre eles, pode-se observar alguns meninos vendendo jegues por cinco reais, frutos de alguns destes que perambulam pelos corredores do Rio Itapicuru.

Aqui na FENAGRO, o que não se vende ou se vende, retorna em caminhões, às vezes com ar condicionado. Vendendo ou não, na feira de Cipó, os animais vão a pé. Alguns, saem às 14 horas, chegam às 20 horas nos limes de Ribeira do Amparo e chegam a Sergipe no dia seguinte, em companhia à caravana com aboios, causos e ladainhas.

Entre as duas feiras, prefiro em particular, a de Cipó. Esta ocorre toda quarta feira e no encontro com os bons vaqueiros, posso ouvir de perto as boas ideias de que os pais dos que estão lá, conviveram com a passagem de Conselheiro, Lampião, Guimarães Rosa e o próprio Glauber Rocha quando foi rodar seu filme: Deus e o Diabo na Terra do Sol.
O outro, Guimarães Rosa, autor de Grandes Sertões Veredas e Sagarana, andou a cavalo de Soure a Cipó com seiscentos outros cavaleiros, durante a visita de Getúlio Vargas na inauguração do Grande Hotel e uma vaquejada. A inauguração aconteceu, mas, a vaquejada não existiu porque o gado fugiu pelas matas ciliares do Itapicuru e acredito que os embriões dessas ideias se perpetuaram em meu subconsciente para fazer tais comparativos.
Viu... Deu pra fazer leitura de tudo. Saudações!

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