24 de fevereiro de 2013

Vou contar tudinho

Hoje deixei você lá no ponto, indo ao meu adjacente
Segui com nossas risada, atento com o olhar da mente.
A mulher que sabe e fez tudo, o jornal vem já me vende.
Como sempre estava lá,comprei e segui em frente.

Bem lá pela Boca do Rio, entra evangélico surfista
Prega a  vinda de Jesus, sem vender nada de vista
Acho que é pra carona, parecendo ser mais artista
Desceu três pontos depois, com roupa de bom banhista.

Assim na curva da rua, que se segue na Dorival
Lembrei da linha reta, de nosso bom carnaval
Lembranças de Barra/Ondina, com Moraes foi bem legal.

Já chegando em meu ponto, você me liga oi!
Você já me liga...Eu lhe digo como foi.
Contei lhe tudinho, oi, foi, oi...



DESCANSE EM PAZ, DONA MARIA DA CRUZ

DESCANSE EM PAZ, DONA MARIA DA CRUZ


Ontem foi um dia triste para a Comunidade Quilombola da Várzea Grande, de Cipó- Bahia. 
Morreu Dona Maria da Cruz, mãe de Valmira, Marlon, Dalida e outros menores que me falta agora os nomes. 
Pela manhã de hoje, meu irmão Walter durante a caravana em direção ao cemitério local, ligou logo cedo relatando o ocorrido e me veio em mente as lembranças e a tristeza de uma perda e a alegria de ter conhecido Dona Maria.
Não encontrei uma foto de imediato em meus arquivos on line, mas, pude achar a de Seu Zequinha, o esposo que esteve sempre presente nos momentos de alegrias e companheirismo. Uma foto que tirei para enviar em direção ao programa Caldeirão do Huck, pensando em otimizar sua Brasília que teria adquirido por troca com uma carroça e um burro puxador. Mas, é uma outra história.
Walter em ligação passou o celular para seu Zequinha que chorava descontroladamente e em soluços tentava explicar a perda e por acréscimos, eu dizia que ele era forte e assim teria que prosseguir os caminhos de orientação para a família. Valmira sua filha também falou comigo e o que primeiro anunciou foi que não mais estaria sua mãe Maria na espreita da chegada do carro e de dentro minha saída com máquina fotográfica sempre a buscar imagens lindas da alegria de uma comunidade quilombola.
Maria da Cruz era uma expressão de liderança da comunidade que teve origem nos ainda vivos, seu Clarindo Da Cruz e Dona Francisca da Cruz. A comunidade Quilombola da Várzea Grande após o reconhecimento como comunidade quilombola, pela Fundação Palmares e MinC, através de (Noure Cruz)  meus projetos de pesquisas e encaminhamentos, teve importantes visitas e, sua lista de convivências, entre elas, a de Dr Ubiratan Castro, récem falecido, Wilson Aragão cantador, André Maruqes, professor de cantorias na comunidade, Cleendson músico, Mirian Aragão que ensinou os meninos a pintar em pedras, do Deputado Federal Luiz Alberto, do programa Na Carona,  do Sebrae, Insituto Mauá, além de prefeitos, estudantes, curiosos, turistas que se contagiam com a alegria de todos os moradores que tem como referencial de atividades culturais, a apresentação dos Jovens Cantores da Várzea Grande.
Dona Maria da Cruz, além de ter sido um importante elo de ligação com outra comunidade Quilombola, a do Caboge, tinha sempre a alegria de interagir com outras comunidades, quando convidada por mim, para o bom samba de roda das Canoas, da Rua do Jorro e de todas as áreas ribeirinhas do Itapicuru.

Assim...Descanse em Paz, Dona Maria.

12 de fevereiro de 2013

Rede Globo e a hipnose de suas leituras momescas...

Ao ligar a TV e passar pelo Canal 11, TV Bahia, Rede Globo, me chama atenção as duas leituras sobre o carnaval pelo Brasil e, funciona com uma ideia de desestruturação dos carnavais pelo país e o enaltecimento do Rio de Janeiro e as Escolas de Samba.

A chamada do tópico frasal da Rede Globo, até consegui memorizar pelas duas colocações:

"DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO FOI MARCADO PELA ALEGRIA E DIVERSIDADE DE CORES.
SAIRÁ HOJE A CAMPEÃ DO DESFILE DAS ESCOLAS DE SAMBA EM SÃO PAULO.
Pela Rede Globo, na Bahia só fica a marca do despreparo com os dois links e não aponta alegria:


PELA MANHÃ A PRIMEIRA CHAMADA (BOM DIA BRASIL): NO CARNAVAL DA BAHIA, ARTEFATO COM FORMATO DE GRANADA CASEIRA PROVOCA PÂNICO NO CIRCUITO DE SALVADOR.
SEGUNDA CHAMADA ( JORNAL HOJE): NA BAHIA MORRE HOMEM ELETROCUTADO EM CIMA DO TRIO ELÉTRICO.

É por demais triste a maneira como a Rede Globo se utiliza para desgastar o maior e melhor carnaval do mundo, não sabendo a mesma que os sambas das escolas de samba são quase que apenas apresentadas durante o carnaval em seus desfiles e, no restante do ano, nem se ouve mais durante os dias que preenchem o ano. É claro que são bonitas, culturais e transmissoras de energia, mas, a nível de Brasil, se resume apenas as imagens dos desfiles e dos momentos carnavalescos.

Já as músicas do carnaval da Bahia, alimentam em muito o ibope não só da referida rede, mas, todo o país é bem alimentado e, Ziriguidum, Dançando e Largadinho dão o compasso de que a Bahia vai estar em evidência pelo país durante os meses que seguem e tudo surge principalmente nas ruas de Salvador, que surgem de muitos bairros, do Pelourinho, passando pela Castro Alves, chegando ao Campo Grande, se encontrando na Barra e abrindo vários outros caminhos pelo restante da Bahia, através das ruas musicais de todo o Estado.
Faz-se necessário dizer que numa visão particular, em função do carnaval está homenageando a guitarra baiana, no lindo dedilhar do referencial Armandinho e suas variações em forma de Luiz Caldas, Davi Moraes, Moraes Moreira, Durval Lelis, Retrofoguetes e muitos outros, devo fazer opção pela música CHAME GENTE.
Ah! imagina só que loucura essa mistura

Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia

De Todos os Santos, encantos e Axé, sagrado e profano, o Baiano é carnaval
Do corredor da história, Vitória, Lapinha, Caminho de Areia
Pelas vias, pelas veias, escorre o sangue e o vinho, pelo mangue,Pelourinho
A pé ou de caminhão não pode faltar a fé, o carnaval vai passar
Da Sé ao Campo-Grande somos os Filhos de Gandhi, de Dodô e Osmar
Por isso chame, chame, chame, chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
É um verdadeiro enxame, chame chame gente
Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta
Ah!...a praça e o poeta.


Acredito que todos os músicos ou quase todos, cantaram tão lindo sucesso e seria justo ser o referencial para o momento, mas, já está consolidado na mente de cada folião que se faz presente no mais lindo dos carnavais do mundo que é múltiplo em seus pontos de alegria, tipo...Se estamos no pelourinho entre caretas, percussão, adereços, marchinhas, frevo e sambas, alguém fala e chega aos meus ouvidos...ISSO É QUE É CARNAVAL. Se estamos ouvindo o pagode do Psirico, Harmonia e outros, chega aos meus ouvidos...ISSO É QUE É CARNAVAL. Se estamos pulando atrás do trio de Armandinho, Dodô e Osmar, Moraes Moreira, sai de nossa oralidade: ISSO É QUE É CARNAVAL. Se passa pelos camarotes, cordas e ruas, Chiclete com Banana, Margareth, Magary Lord, Claudia Leite, Ivete, Daniela Mercury, Tuca, saulo, Eva e muitos outros, chega aos meus ouvidos...ISSO É QUE É CARNAVAL.
Assim, convocar a televisão para ser neutra e responsável nas informações, faz-se necessário e para encerrar:

Por isso chame, chame, chame, chame gente


Que a gente se completa enchendo de alegria...


5 de fevereiro de 2013

Via quase Crucis...DOMINGO, 03 de Fevereiro de 2013




Cinco eventos em forma de artes cênicas e artesanais marcaram o dia de sábado da família Cruz, Noure, Lucinha, Bruno e Breno, este sem ir, mas...estava nos planos, além de muitos outros que em cada apresentação fizeram-se presentes. Acredito que o conjunto das cinco apresentações foram comuns apenas a família que das 14 até às 22 horas teve presença garantida. A sequência, Lenda das Yabás, Brinquedos que moram nos sonhos, Bonitinha, mas ordinária, um monólogo que não apresentou nome que antecedeu Mar Morto Revivido e o próprio Mar Morto revivido. O Espetáculo Lenda das Yabás, fez uma bela viagem com acesso gratuito do publico, pela ancestralidade africana, deixando bem claro a importância de Exu nos caminhos da religião de matriz africana. Sempre presente nos caminhos de todos os orixás, entre eles, Ogum, Shangô, Ewá, etc. Aos poucos, o filho mais velho, Bruno Cruz, estudante de Psicologia, vem assuntando a curiosidade frente às tradições africanas e suas influências na Bahia e diálogos de análises sobre o tema sempre frequentam a sala do apartamento da família.
Não foi uma apresentação cênica, mas, os cenários no Museu de Artes da Bahia, Corredor da Vitória,
Brinquedos que moram nos sonhos - O brinquedo popular, neste momento, apenas eu e Lucinha, Bruno já se deslocara para um luau com o amigo Talbert que tem quase todo final de semana, morada em casa. Sim, a amostra encanta a crianças e adultos pela força lúdica dos 1.500 brinquedos que a compõem e pela inventividade da criação popular. Os brinquedos ocupam todos os espaços expositivos do Museu de Arte da Bahia e estão divididos nas seguintes seções tema: A Sala de Brinquedos, A Sala dos sonhos, a Sala do Espetáculo, a Sala do Medo, A Sala das Reciclagens, A Sala do Desafio, A Sala das Representações e a Sala de brinquedos de madeira. Uma exposição assim, deveria ser visitada por todas as escolas e seus membros...Ficará até maio de 2013.

A presença seguinte, na peça teatral, Bonitinha, mas ordinária, baseado na obra de Nelson Rodrigues, o dramaturgo pernambucano, o ex-contínuo Edgard tem de escolher entre o casamento por dinheiro ou por amor. Apaixonado pela vizinha Ritinha, que sustenta a mãe louca e as três irmãs, Edgard recebe a proposta de se casar com Maria Cecília, a filha de Werneck, seu patrão, que fora currada. A trama gira em torno das hesitações de Edgard e traz tensões e desfechos surpreendentes, que escondem a hipocrisia e o moralismo de fachada da classe média que Nelson Rodrigues soube tão bem analisar.

Saindo do Teatro Castro Alves, o palco seguinte foi no Martim Gonçalves, Canela, Salvador. Antes de Mar Morto Revivido, na sala de espera, um monólogo foi apresentado na pessoa da atriz Manuela que se fez empregada doméstica de algum lugar nobre e entre entregas de bandejas sortidas de comidas, um gole de bebida, com garrafa guardada entre os seios, fazia-se presente e ao final dos quinze minutos, a interação com um senhor presente ao evento, fez sucesso e gargalhadas ao pegá-lo para dançar.

A peça Mar Morto Revivido, que apresenta o tema encenado pelos alunos do Curso Livre de Teatro da UFBA,  a partir dos escritos de Jorge Amado em 1936, conta a saga dos mestres de saveiro e outras figuras do cais da Bahia em sua luta diária pela sobrevivência. A peça só não foi melhor pela duração. Quase três horas. Poderia se sintetizada para uma hora. O tempo desgastou o público e inquietos, eu e Lucinha, pelas peças anteriores, não conseguimos suportar os cinco minutos restantes, mas, a música, os atores, o cenário e as adaptações aos tempos de hoje, foram determinantes para o sucesso da apresentação, solicitando ao diretor que se possível for, fazer alguns cortes, faz-se necessário. Não está falando aqui um especialista, um literato, mas, alguém do senso comum que gosta e admira as boas histórias da dramaturgia brasileira.
Finalizando o domingo e já exausto, não obstante com a mente com novos conteúdos  o retorno pra casa e o diálogo com os filhos e a esposa, fez-se necessários aos bons conteúdos de uma dia de domingo em Salvador, sem gastar quase nada, apenas o imaginário dos impostos que se paga no dia a dia, mas...Uma outra história.