31 de dezembro de 2012

Ferve Rio Vermelho

Hoje dia 31 de Dezembro de 2012, na antessala de 2013, posso fazer um passeio de Amaralina ao Rio Vermelho e a cidade de Salvador vive um brilho só: o mal cheiro de urina e a invasão das baratas. Cada ponto que se passa, há um rastro de mijo nas calçadas e as praias sem uma limpeza sequer. O palco está se preparando na Barra, os fogos se instalam e o branco provoca falsas roupagens por toda a cidade que intranquila está e encravada na mais impura sujeira de ações do homem.

Ontem, numa fila para degustar o acarajé do Rio Vermelho, pude enxergar numa só paisagem a inquietação de um cão de rua, frente a um mendigo a pedir esmolas nos que estavam na fila. Me parece que o cachorro foi treinado para latir apenas para este homem. Ao chão as baratas brincando de pular dos esgotos que seguiam toda a rota da fila até ao encontro com as baianas da Dinha do Acarajé. Aliás, duas coisas que incomodam o nosso dia a dia, estavam lado a lado com a nossa presença no local: uma grande fila e,aí se fosse num banco que se ouviria muitos xingamentos e ao contrário, as pessoas conversavam planejamentos de como seria a noite por ali mesmo entre papos e descontrações. A outra coisa é a barata. A barata que gosta de sujeira, também é suspeita de transmissão mecânica de doenças. Serviria naquele momento como algo que estivesse complementando a paisagem suja dos bares que preenchem o largo do Rio Vermelho que já se comporta com o frisson do dia 02 de Fevereiro pela passagem de Iemanjá. Interessante que os bares ganham tanto por ali e não se preocupam com a aparência do local que por si só, já se enche de pessoas que ali se encontram para buscarem caminhos entre os mais diversos pontos de eventos e shows no boêmio espaço. 
Imagine que o lucro de cada bar e da própria Dinha do Acarajé, não se traduz em uma simples limpeza na área. Não há um resquício de desinsetizante, um odorizante ou sei lá, algum ante que se mantenha uma simples aparência para o espaço. 
Apenas o lucro interessa. Ao pedir um lanche, sabendo da demora do garçon, este vem com uma flanela escorrendo lodo, uma bandeja em crosta de sujeiras e a mesa  denuncia um bom tempo sem lavagem.
Assim está o Rio Vermelho aos olhos de Jorge Amado sentado em estátua ao lado de Zélia Gattai e, que nada pode fazer e o jeito é se misturar com a sujeira do dia a dia e os passantes que tiram fotos no Ferve Rio Vermelho



4 de novembro de 2012

Leiturinhas musicadas, Marcela Bellas, Emicida, Brau...

Três opções de evento pude prestigiar durante o final de semana seguinte ao dia dos finados. Uma atividade cênica  no Teatro Moliere, na Aliança Francesa, uma bela apresentação da cantora baiana Marcela Bellas, tendo como convidado, o rapper Emicida de São Paulo e assistir ao filme Gonzaga...

A peça teatral teve como tema uma adaptação do clássico, OS MÚSICOS DE BREMEM, dos irmãos Grimm. Na base do slogan, filho de peixe, peixinho é, duas mães atrizes e duas filhas, entraram em cena para representarem o jumento, o cachorro, a gatinha e a galinha. O apoio financeiro para o projeto intitulado LEITURINHAS MUSICADAS, veio da secretaria de cultura, Correio, A tarde FM, além de outros e inclusive eu e a esposa Lucinha, esta por ser pedagoga e exercer atividades pedagógicas, foi buscar inspiração para melhorar suas aulas nas séries iniciais.

Falar do clássico em sua essência de originalidade é por demais satisfatório. Falar da adaptação é uma outra história, dado a qualidade horrível da apresentação que poderia ter sido bem melhor se os responsáveis tivessem práticas sucessivas dos ensaios. Confesso que na condição de espectador, fiquei envergonhado quando enxerguei em cada mão de cada artista em forma de animal, um classificador contendo as falas dos artistas que liam com microfone na mão, às vezes não saindo a voz, ou, às vezes, algumas atrizes não enxergando direito as partes que lhe cabiam em leitura. Pelo que pude notar ao lado de Lucinha, foi que uma das filhas no papel de gatinha, estava com preguiça de palco e foi forçada, não sei, pela mãe, para ser atriz da peça infantil. Imagine que a peça  poderia ser tão rica em qualidade, dado o incentivo da própria história, do governo e, de nós espectadores, já que cada um pagou R$10,00 pela apresentação teatral. Nem tinha cenário e para completar, a diretora ficava entre as duas crianças mostrando sempre a parte que cabia na leitura de cada uma das atrizes. Não estou assim, tentando colocar contragosto na cultura, mas, sugeri que para a apresentação do dia 10 de Novembro, cada parte seja ensaiada com melhoria dos cenários e assim, poderá corrigir tão imensos defeitos. Não se pode imaginar que por ser uma peça para crianças, estas não sejam exigentes, até porque os tempos são outros e muitas crianças na rapidez das informações, das notícias que recebem, das navegações pela net, do mundo virtual, prestam bem atenção e uma prova disso foi que fiquei postado em frente ao portão do Teatro Moliere, esperando Lucinha que estaria saindo e, muitas crianças saíram falando: peça ruim, mãe!

A bela apresentação da cantora Marcela Bellas, foi, mesmo que saia com redundância, bellíssima! 




Cada música cantada, entrava em nossos ouvidos com a suavidade de sua voz clara e aquietadora de almas. Nas releituras do Los Hermanos, Jau, Baby do Brasil, Moraes Moreira, Carlinhos Brown  pode se entender que a música popular brasileira tem a pluralidade de cada presente no aconchegante Teatro Castro Alves, que uniu em uma só voz, Marcela Bellas e o rapper paulista Emicida.

Como atrações do projeto “Domingo no TCA”. A cantora apresentou o show "Achei Music".lembrando de canções dos álbuns “Será que Caetano vai gostar”, de 2009, e “Undergrude” e “Mim - Cohen e Marcela”, ambas de 2010, além de releituras de músicas brasileiras, dos cantores já citados acima.
É ótimo o valor do ingresso por um real. Só é ruim que deve se chegar às nove horas, comprar, entrar e não mais sair, esperando até às 11 horas. Se compensa a ociosidade com um  jornal comprado na banca antes de entrar e, diálogo com a boa companhia da esposa.

Das músicas apresentadas, o Alto do Coqueirinho, que já teria conhecido através dos amigos compositores Gabriela Duarte e Wladimir Bastos, fez-se encerrar a apresentação do Marcella Bellas, seguindo com o coral de todos os presentes que foram em direção ao palco para sentirem de perto o calor dos dois bons cantores no DOMINGO NO TCA.

O filme Gonzaga de pai para filho...Bem! Já estava cansado e com dor de cabeça. Lucinha teria feito uma receita de regime com líquido para mim, durante todo o dia de domingo. A dor na cabeça foi de tanto pensar em carne, churrasco, subprodutos da carne...Nosso filho Breno Lincoln pegou o embalo e seguiram caminho em direção ao Shoping Barra para provarem de forma presencial da história e suas emoções. Sei sim que pelas leituras já feitas, mesmo sem assistir, a história provoca lágrimas e sensibilidades, como aconteceu com Mirian Aragão, Wilson Aragão e meu outro filho,  Bruno Santana, que lacrimejaram o cinema em dia anterior.


 Parabéns!

3 de novembro de 2012

Noure Cruz comenta: Eleições 2004, 2008, 2012 e, turismo cipoense



Caldas do Cipó de fato ou Cipó de direito, é bonita de qualquer forma porque tem seu próprio jeito. (Noure Cruz)

Começarei com estes indicadores oficiais


Prefeito

Cipó

ELEIÇÃO 2012
CANDIDATOS
PARTIDO
VOTOS
%
ROMILDO FERREIRA
|PSD
5.288
53,41
ZÉ ROBERTO
PT
4.489
45,34

ELEIÇÃO 2008
CANDIDATOS
PARTIDO
VOTOS
%
JAILTON MACEDO
PT
4.659
51,51%
ROMILDO FERREIRA
DEM
4.130
45,66%

ELEIÇÃO 2004
Candidato
Partido
Votos
%
JAILTON FERREIRA
PT
4.556
56,929
JOSE WILSON DANTAS
DEM
3.447
43,071




Cipó sempre acontecerá em eleição, na base do dualismo. Uma terceira força sempre aparece como uma opção fora de cogitação pelos eleitores. Não passam dos duzentos votos. Infelizmente e geralmente, estes também se fazem candidatos por vinganças ou por ter chateação pessoal com o gestor vigente. Lembro-me uma vez, quando presidente do PDT, uma pessoa, braço direito do chefe político me procurou e disse: quero me filiar ao PDT pra me vingar do coronel. Assim, é necessário, e, já foi comprovado em todas as eleições dos novos tempos que haja uma grande simpatia popular do prefeito eleito para alcançar um percentual acima de 60%, coisa que nas eleições diretas para Cipó, nunca se conseguiu.

A situação mais antipática está no sentido de que há muitos cargos de “confiança” que por força dos próprios eleitores educados para isso, dado a cultura vigente de nossas mentalidades, provocam o arrastão de mudanças. Uma prova disso são os cargos de "confiança", mesmo que do setor privado, mas, em bens públicos. São os bares e boxes de pertencimento da Prefeitura, no mercado municipal, no Pau Ferro, Matadouro, Praça Municipal e por aí se vai.
Em 2005, quando assumi a secretaria de turismo, cultura e esporte e lazer do município, até tentei fazer licitações na base de vence quem tiver melhores condições de atender com mais qualidade não só os cipoeses, mas, os turistas como um todo. A reação foi negativa. Teve um que já tinha promessa de colocar uma budega no salão que transformei assim que entrei, em companhia as assessoras com formação em Turismo e com todos os funcionários ligados à secretaria de atuação, em um centro de atendimento ao turista, com exposição de fotos e murais históricos. Outro, brigou, brigou e conseguiu um stand por ter votado e assim que conseguiu o bar da praça principal, estendeu quatro quilos de tripa de porco sem nenhuma inspeção e, para não causar constangimento, não só conversei com ele, mas, com todos sobre as boas práticas de comercialização numa cidade turística e, até hoje está de mal comigo.
Não coloco em cena a situação dos cargos do Estado que ficam à disposição das cotas de deputados eleitos pelo município e estejam na base de sustentação do Governo. Não coloco em cena as secretarias, diretorias e afins. Mas, o que entra nessa situação é a rivalidade sobre  coisas que poderiam ser submetidas a licitações e assim, ganha o que possui maior tranquilidade para bem atender o público frequentador, entre eles, banhistas estrangeiros, de outros lugares do Brasil e do próprio morador que vive a elogiar o paraíso thermal, mas, pouco usufrui de tão belo parque de banhos para a saúde humana, a citar o funcionamento da piscina à noite, de minha autoria, que vive em sua solidão profunda. É preciso que o poder público tenha a competência de democratizar os diálogos.
É certo que na gestão de 2012 a 2016,no primeiro ano, o prefeito ainda tenha que governar conforme o PPA da gestão anterior. Mas, há de se modernizar também as atitudes. O governo federal deixou um pouco todas as prefeituras do interior, governarem de acordo com emendas parlamentares, orçamento da União e pouco com seus recursos próprios e taí uma outra diferença que pode se fazer presente nas gestões dos dias atuais.
Mas, é certo  ainda que o atual prefeito e seu vice, tenha na consciência de que deve traçar como meta, uma aceitação para a próxima eleição em torno de mais de 60% e, perseguições, sutilidades maquiavélicas, fofocas, disse me disse, sempre vai deixar no frisson de quem deve ganhar e assim, abaixo de 60%, haverá sempre a cultura de “pau a pau” e é o que vimos em todas as eleições. A situação a que me refiro é tão característica que o prefeito por pior que esteja, por antipático perante a população se encontre, sai sem se sentir envergonhado e com a sensação que na próxima eleição, pode voltar que tira a diferença, desde que faça conchavo com as lideranças que não tiveram chances na gestão que segue.

Na realidade, consultando aqui os meus pensamentos que se transformam em palavras que saem pelos dedos, precisamos postar-se diante de nossos oráculos que podem estar localizados na inspiração da Pedra Grande do Itapicuru, no alto do Grande Hotel, em cada estátua postada nas praças, a citar, Juracy Magalhães que apadrinhou nossa cidade na década de 30 do século passado e Salustino Guerra, bom médico que só tinha como analgésico, antibiótico, receita, uma só dosagem para coluna, estômago, úlcera, gastrite...ÁGUA THERMAL. Enfim, é preciso entender que do Cauanga ao Curral Novo e do Pioneiro ao Rio Quente, as águas são belas, que em casamento com o artesanto familiar de quase seis mil pessoas que trabalham diretamente nesse ramo, Cipó e Caldas do Cipó são bonitos porque tem seu próprio jeito.

Cipó ainda merece ser rediscutida. pode se tomar como exemplo, não só as eleições para prefeito, mas, para a câmara de vereadores. Quem prestou favores como motorista no ir e vir da capital, no ir e vir aos povoados, num remédio aqui, num quilo de carne acolá, saiu-se vencedor e assim, pensar o município com foco naquilo que ele tem de melhor, se não se tomar este direcionamento na gestão que segue, nada contra os que se sairam vitoriosos, Cipó deixará de ser o Caldas do Cipó de fato ou Cipó de direito, é bonita de qualquer forma porque tem seu próprio jeito.
Nourivaldo Cruz - Cipoense de Pia


 TERMINAREI COM ESTES INDICADORES OFICIAIS

Prefeito

Cipó

ELEIÇÃO 2012
CANDIDATOS
PARTIDO
VOTOS
%
ROMILDO FERREIRA
|PSD
5.288
53,41
ZÉ ROBERTO
PT
4.489
45,34

ELEIÇÃO 2008
CANDIDATOS
PARTIDO
VOTOS
%
JAILTON MACEDO
PT
4.659
51,51%
ROMILDO FERREIRA
DEM
4.130
45,66%

ELEIÇÃO 2004
Candidato
Partido
Votos
%
JAILTON FERREIRA
PT
4.556
56,929
JOSE WILSON DANTAS
DEM
3.447
43,071


2 de novembro de 2012

UM DIA DE NOURE NAS CALDAS DO CIPÓ



Hoje tive um dia, digamos, quase que totalmente cipoense. Seria de turista se minha ida a Cipó fosse pela Calçada, de trem até Alagoinhas, com hospedagem no Hotel Roma e nem sei se ainda existe e, de lá seguiria de uma marinetti. Pronto! Balancei a cabeça e deixei os anos 30 do século passado em seu devido lugar e ponto de congelamento de onde realmente o turismo se fez turismo em Cipó. Minha ida por lá seria genuinamente em dois caminhos, sendo, um bancário e outro familiar.

Há tempos que não viajava de ônibus e não é que o conforto é peça chave nos ônibus atuais. Melhor ainda e não por egoismo, que apenas três pessoas viajaram pelos 250 km com um grande ônibus todo à disposição e com bom silêncio que se rompia com a conversa em alto som da cobradora com o motorista, este dizendo que gostava mais de tanquinho e aquela, a cobradora, insistindo que fazia opção em lavadora e que é claro, no momento do esfregar, passar o sabão de pedra, era de fundamental importância a participação de suas mãos, dado que a ausência delas, seria como se permanecesse toda sujeira. Ainda acrescentou que a lavadora foi comprada, graças a sua inteligência de sempre fazer CAIXA e por ter tão felizarda iniciativa, os primeiros valores vão diretamente para ela e, assim, certeza de que serve para compras e consequentemente comprar a boa máquina. Eu que nem imaginava que ainda existia esse tipo de poupança coletiva. Então digamos que o dia começou bem, ouvindo falas alheias sobre caixa e, nada mais justo do que o motorista parar na Rua Rui Barbosa, fundo do Colégio Getúlio Vargas, que dá acesso ao Banco do Brasil de Cipó, Bahia.
E no Banco é como se eu observasse um resumo de todas as pessoas num só lugar. Até chegar ao setor de empréstimos...Uau! Passei pelo candidato a prefeito derrotado, do PT, Zé Roberto e, deu muitas justificativas em falas de que a vida segue e o mesmo vai seguindo com fé em Deus e nossa senhora. Na sequência, com olhar mais triste, vi ainda Gilson do Curral Novo, Aguimário e, mais à frente, uns outros mais alegres: o  Hugo, filho de Dege, eleito na base do bom sorriso e muito atencioso na direção do veículo que conduziu durante estes longos anos, professores e passageiros da saude. Outro alegre foi o Duda do Claudio Gordo. Encontrei o colega Heloisio, secretário de agricultura do município e presidente do PT e companheiro da executiva do partido já que também faço parte. Pude sentir em seu semblante um ar cansado e demasiado preocupado, bem diferente dos tempos que limitava-se aos pequenos projetos da pastoral da terra com meu amigo João Romão que, perguntado por ele, não se sabe o paradeiro. Todos estavam no banco, me parece, ajeitando a conta da vereança, dos negócios ou, ou e nem quero nem saber que não é de minha conta...Não sei. Encontrei Zé Walter, com sua pasta eterna em mãos na escuta de algum senhor que esteja na beira da aposentadoria e aí ele é mestre. Encontrei Franscisca, e, como sempre, com capacete no braço, bem orgulhosa que é pelos filhos doutores e sempre diz que fiz parte de tão boa ação, nos tempos de Iegs. Encontrei Jaime bancário que de banco em banco, ex-BANEB, colega de minha irmã Marize e agora BB, hei de se adivinhar que a aposentadoria vai ser pelo banco mesmo e não importa o qual. Os encontros são muitos e na base de tá mais gordo, tá mais magro, mais branco, mais queimado pelo sol, vai-se fazendo diálogos e perpetuando amizades. Encontrei Flávio Leone pelas ruas em frente ao Cine Leone e por ser 12:34 hs, nem desejava ir falar com Arildo Leone para não pensar que estaria desejando falar na rádio que aliás, sempre foi aberta à minha voz e o mesmo faz questão de dizer assim, todas às vezes que me ver ou me via. Mesmo assim, fui até lá, já que teria compromisso de retornar ainda hoje para Salvador e falei rapidamente. Cabeça baixa ele estava e cabeça baixa ficou. Mas, não tem nada não. N'outros tempos sempre me atendeu com a cabeça erguida e emocionava-se com cada palavra exposta. Talvez esteja chateado pela penúltima festa de Reis que tão bom comentário fez e não fui agradecer. Acho que não...Olha! Deixa pra lá. Arildo é a história das comunicações e hoje temos que elogiar sempre sem preocupações o seu trabalho diário que amedronta e alegra a qualquer um com a música repleta de toques de flautas chilenas e que já se tem anos com ótima vinheta. As desconfianças sumiram quando enxerguei num outro momento o verdadeiro Arildo alegre, triste e gozador, quando me parece, Branquinho, disse que os carcereiros presos ouviam bem todos os dias a rádio. carcereiros presos! Não são os presidiários? Corrigiu Arildo, como sempre a gente do lado de cá ouvindo as boas risadas dos bastidores por não ser comum fechar os microfones em algum momento e isso é bom por nos fazermos em interação com as gozações como se fosse um filme de terceira dimensão.

Nada mais natural do que visitar minha mãe e deitar no sofá. Já sei de cor. É como se chegasse um rei e assim me sinto em cada panela que levanto a tampa e cada vasilhame que vejo o que tem. Em questão de pouco tempo, o prato já se faz com uma boa carne de carneiro, feijão de corda e outros ingredientes do tempero de todas as mães e, como sempre, os da minha são melhores. Mal deito no sofá e Lene já olha dizendo que na rede é melhor, ou é pra não quebrar o sofá ou por carinho demasiado. Sandra já instala quase que automaticamente o ventilador em frente ao meu calor e, que calor fez no dia de hoje em Caldas do Cipó. Alex, o cunhado, sempre na disponibilidade do computador e Sandra diz logo que o bichinho tá estudando pela net. Que tratamento odara, numa linguagem bem usada no dia a dia de Cipó, resultado do chavão PRA CIPÓ FICAR ODARA  e do Grupo Odara, do qual me faz lembrar das maravilhas de todos e em especial Otoney.
Inclusive o dia de hoje, de todos os santos, é aniversário de minha irmã e pelo andar da carruagem, sabia que hoje teria uma festa, mesmo que pequena. Assim, disse a mãe que ia ali e voltava já. Mas, não! Fui em direção a Seu Neo e quando passo pela salgadeira, já é de costume. Chamo por três nomes em cada frente de casa: Dona Lia, tô passando. - Olha menino! É o Noure. Dona Adalgisa! Tô Passando. -Vá meu filho. E por penúltimo aceno para Dona Detinha que já se faz presente em sua porta para perguntar como vão as pessoas e em especial minha sogra Dona Madá, que hoje mora em Sátiro Dias e muito foi protagonista da Igreja Católica de Cipó.
Já quase na curva da Salgadeira, grito por Dona Chica já perguntando por seu Chico, o esposo. -Tá lá no fundo de Lando! Diz. E não é que estava. Em frente a seu Néo. Antes do ponto do ônibus, entre velhas geladeiras e dodges, aeroyles e outras rurais, vejo Lando na oficina que antes e bem antes mesmo era moradia de minha família e, eu pequeno ficava a contar quantos carros passavam, a partir do pequeno rol ao lado da casa. Eu tinha até medo de ficar ali antigamente. Dona Jacinta, boa vendedora de artesanato, quando passava, já corcunda, dizia que dentro de uma pedra que lá guardava a transmissão da Embasa, ficava um bicho de sete cabeças.

Pronto! Cheguei em Seu Néo e a pergunta de sempre a quem lá está no momento. - O Ônibus já passou?
Quem responde que não, é seu Chico e um outro amigo dele que se instalam por ali já para jogar dama, costume de mil, novecentos e antigamente, quando Elias da família dos Jajá era campeão.

De conversa em conversa, fui saudosista ao lembrar a seu Chico do tempo que ele vendia havaianas e, é tanto que ainda hoje, mesmo já aposentado para este fim, é chamado de Chico das Havaianas, das Alpecartas, do Chinelo e, por aí vai. É até comum se conciliar o nome de alguém a algum outro. Chica do Chico, Noure da Ermita, Ermita do Nivaldo, Nivaldo da Mariquinha, Mariquinha do Filete e, ufa! Cansei.

Seu Chico acrescentou que deixou de vender havaianas por causa de uns sergipanos que passaram a vender bem mais barato. O que eu achava interessante era o bolso dele cheio de dinheiro e ao final, cabia ao seu funcionário, eu, 0,00000001% do arrecadado e, graças a deus, dava para comprar tão boa bala em dona Marcolina. Ele ainda sorrindo disse: -olha menino! E você ainda lembra disso. Eu até coloquei que tinha muita inveja dele quando eu era menino e via o mesmo colocar todos os dias quatro, cinco ovos de uma só vez, bater, bater e bater e tomar com farinha aquela gemada. Quando eu chegava em casa, tentava de tudo para uma galinha poedeira oferecer tão bons ingredientes e...Nada! Continuou sorrindo e disse que não sabia o mal que estava causando em si próprio e hoje ainda sente os efeitos da loucura de tomar tantos ovos.

De conversa em conversa, olhava sempre para a chegada do ônibus. Na realidade, antes dele, quem chegou foi Tafossa, conhecido às vezes como Jorge da Embasa. Seu Chico ainda ensaiou algumas falas no sentido de dizer algo em quem ganhou a eleição. E disse, quando eu perguntei sobre os últimos acontecimentos. -Bem meu filho! Quem ganhou a eleição foi o neguinho Romildo. Gostei do adjetivo por ter boas relações com as comunidades quilombolas de Cipó, em especial da Várzea Grande e do Caboge, sendo a primeira, bem conhecida do neguinho Romildo, como bem observou seu Chico. Tomara que seja bom - disse ele e acrescentou: antes, todos fazem tudo e depois, neco de pitibiriba. Mas, é assim seu Chico. Os tempos são outros e exigem boa responsabilidade. Conversa de seu Chico sobre o neguinho frisado por ele passou, quando o mesmo gritou: vamos negão Tafossa...Jogue aí a dama. E não deu outra: o jogo da dama cobriu o espetáculo final e assim, já pude avistar o ônibus e ao mesmo tempo o bom coral dos presentes: UMA BOA VIAGEM!

Valeu!

Noure

31 de outubro de 2012

Thermas, thermas...




Viajando pelos caminhos do google, fiz sair de meus dois dedos que aprenderam a digitalizar letras desde os tempos de dona Zizinha, professora de datilografia, o nome próprio Erismann. De imediato apareceu a janela principal do blog de um bom estudioso, Reginaldo Tracajá. Por empréstimo sem anunciar ao mesmo, pude em paint pelo print screen sys rq, se é assim que escreve, levar adiante e colar no meu blog. Mas, a relação que se faz necessária é a imagem, o poder das palavras de Traca, Traca, como foi chamado, sobre o fato de ter um poema de Georgina Erismann numa cidade do sertão baiano na praça principal, quando em sua terra natal, por permanência em moradia, não ter quase nada e ter o nome caído no esquecimento, mesmo sendo a responsável pela letra do hino de Feira de Santana. Imagino como poderia ser bonito poder ouvir o piano e os recitais de Georgina no salão principal do Radium Hotel na década de 30 do século passado nas Caldas do Cipó.
Confesso que fiquei orgulhoso por na época que estava secretário de turismo, cultura, esporte e lazer, no município de Cipó, ter escolhido tão lindo poema para ser o referencial de orgulho de quem passa por tão linda praça, tão elegante cidade e de cara, recita a verdadeira razão de nossas thermas. 
No dizer atual, é lindo de lindo e totalmente ODARA!
Noure Cruz




AOS SENHORES CLÍNICOS - DR SALUSTINO GUERRA


O texto abaixo, transcrito de forma original dos recortes e fragmentos do livro de arquivos de jornais da Família Salles, refere-se a explicação de que as águas thermais são fontes de saude para a hipertensão arterial.

AOS SENHORES CLÍNICOS - POR SALUSTINO LEITÃO GUERRA

A HYPERTENSÃO ARTERIAL, PERMANENTE, QUE NA SUA PHASE DE LATÊNCIA, PASSA INTEIRAMENTE DESPERCEBIDA DO PACIENTE, PARA SE REVELAR MAIS TARDE, POR DYSPNÉA, DÔRES DE CABEÇA, DÔRES PRECORDIAES, PALPITAÇÕES, PERTURBAÇÕES OSYCHICAS, HEMORRHAGIAS, ETC..., É UMA AFECÇÃO GRAVE QUE PODE LEVAR O PACIENTE À MORTE, POR HEMORRHAGIA CEREBRAL, POR INSUFFICIENCIA CARDÍACA, PELA UREMIA.

O SEU TRATAMENTO POR CURA MEDICAMENTOS SYMPTOMÁTICA, DEIXA MUITO A DESEJAR; NO ENTANTO É GRANDE A IMPORTÂNCIA DA CIRA THERMAL RADIOACTIVA, NO QUAL O PACIENTE PODE APROVEITAR O REPOUSO PHYSICO E MENTAL, E A VIDA AO AR LIVRE, BENEFICIANDO-SE, AO MESMO TEMPO, COM OS SALUTARES EFFEITOS HYPOTENSORES DA ÁGUA.

O LUMINAR DA MEDICINA BAHIANA, PROFESSOR ARMANDO TAVARES, EM OBRA DE GRANDE VULTO, ESCREVEU, NÃO HÁ MUITO TEMPO, A PROPÓSITO DE HYPERTENSÃO ARTERIAL PERMANENTE:
" A ESSE TÍTULO (PAPEL HYPORTENSOR DAS EMANAÇÕES DE RÁDIO) PODERIAM TER APPLICAÇÃO AS NOSSAS ÁGUAS DE CIPÓ, ATTENDIDAS AS CIRCUNSTANCIA DA SITUAÇÃO N]AO DESFAVORÁVEL DE ALTITUDE, A RIQUEZA RADIOACTIVA, CONTANTO QUE OS CUIDADOS SE NÃO DESPREZEM NA ADMINISTRAÇÃO DOS BANHOS."

A LUMINOSA PREVISÃO DO ILLUSTRE FACULTATIVO ESTÁ TENDO CABAL CONFIRMAÇÃO NAS CUIDADOSAS OBSERVAÇÕES QUE VENHO FAZENDO NESTA ESTAÇÃO THERMAL, COMO MÉDICO DE SWERVIÇO, CONSTATAÇÃO QUE REVELAM O PODER HYPOTENSOR DAS ÁGUAS, COM A MAIOR EVIDENCIA. AS OBSERVAÇÕES JÁ SÃO BASTANTES NUMEROSAS. VERIFICA-SE POR ELLAS, QUE, DESDE O 3º DIA, A HIPERTENSÃO VAE BAIXANDO SENSIVELMENTE, E QUASI SEMPRE NO FIM DA ESTAÇÃO, A TENSÃO ARTERIAL SE NORMALIZA OU MUITO SE APROXIMA DO NORMAL. TODAS AS NOSSAS OBSERVAÇÕES TÊM SIDO RIGOROSAMENTE VERIFICADAS PELOS CLÍNICOS.

A OPPORTUNIDADE SE ME OFERECE PARA INFORMAR AOS ILLUSTRES COLLEGAS QUE AS DOENÇAS DO CORAÇÃO SE BENEFICIAM COM O USO MODERADO DAS ÁGUAS EXCEPTUANDO AS DESCOMPENSADAS JÁ COM EDEMAS BEM CONSTITUIDOS.




CALDAS DO CIPÓ DO PASSADO E DO FUTURO

                             UMA VERDADEIRA VIAGEM DESCRITIVA...

NO TEXTO ABAIXO,  FRAGMENTO DO LIVRO DE ARQUIVOS DE JORNAIS SOBRE CALDAS DO CIPO, DA DÉCADA DE 30, SÉCULO XX, DA FAMÍLIA DE GENÉSIO SALLES, PUDE EXTRAIR DA PÁGINA DO JORNAL, O IMPARCIAL,  DO MARANHÃO, UMA VERDADEIRA DESCRIÇÃO DAS BOAS PAISAGENS QUE LIGAVAM SALVADOR A CALDAS DO CIPÓ DA TERÇA FEIRA DE 17 DE AGOSTO DE 1935.

PROCUREI COLOCAR NA PARTE INFERIOR, UM PEQUENO COMENTÁRIO DA IMAGEM DO JORNAL E TRANSCREVI O TEXTO COM AS PALAVRAS EM SUA ORIGINALIDADE, DE AUTORIA DE GUSTAVO MARTINS ERA ASSIM INTITULADO E NARRADO...


NATUREZA MARAVILHOSA

De volta de uma excursão, em companhia de excellentes amigos, e, por isso mesmo, sob o ambiente amável  de uma alegria sadia, jovem rehabilitadora ds nervos, e, consequentemente, do bem estar - não me posso furtar ao dever de traçar, aqui, em linhas ligeiras, um rápido bosquejo do que foi a nossa viagem, do que é o Cipó, onde permanecemos alguns dias, na sua expressão fundamental.

Homem da cidade, deshabituado, por isso, ao contacto direto do campo, as impressões que recolhi nessa viagem, foram as mais estranhas.

Depois de uma longa viagem de comboio, e isto da Calçada (Salvador) a Alagoinhas, fizemos nosso almoço num hotel local.Desta última cidade, onde a solicititude do gerente, homem de alma simples, nos proporcionou uma alimentação sadia e confortadora. Dahi, em automóvel, partiu a nossa caravana rumo ao Cipó, quando se iniciou o nosso contacto maior com a narureza maravilhosa.

A estrada de rodagem tem condições excepcionais de belleza, offerecidas pelos sem número de rectas, de kilometragens alentadas, além da situação topográphica da região offerecer ao itinerante a segurança das planícies emmensuráveis. E é por toda a extensão da caatinga, erma, que a natureza esplende nos verdes mais variedades, mais matizados, esbatidos na tonalidades mais bellas e contrastáveis!

É no silêncio de sua vida, e na repetição dos seus acontecimentos, que o homem do interior forma a sua alma, simples como a própria natureza, sincera como as bençãos do céo. Longe do rebuliço da cidade, sem sensações successivas e constantes que tanto abalam o animo da vida cidadania, o homem do interior, na sua rudeza sincera, repete o diapasão do meio ambiente, como que acompanhando o exemplo da própria vida interativa dos campos. E, à proporção que o automóvel vence as distâncias na sua voragem sempre insatisfeita, atravessamos Inhambupe, Nova Olinda, paiaiá, Soure, e dahi, perfazendo quasi que os 150 kilômetros de extensão da nova estrada, chegamos, afinal a Cipó. Era, já, noite. O nosso automóvel porém, interrompendo o silêncio profundo da caatinga, como que despertava a natureza, embalada pelo crepúsculo, com o seu ruido de marcha vencedora. E eis que se nos depara um espectáculo empolgante. No meio do mattagal invio, com certa elevação, surge aos nossos olhos desprevenidos, todo iluminado, o hotel das thermas, proporcionando ao viajante despercebido a impressão de um palácio em festa.

A recepção que nos fôra feita, tomára aspecto festivo. E isso pelo prestígio manifesto de dois dos membros de nossa comitiva, A CARAVANA DO SILÊNCIO.

Não foi sem viva satisfação que encontramos na esplêndia varanda do hotel, todos os seus hóspedes, tendo à frente esse homem bom e gentil que é Domingos de Castro.

E o foguetório espoucou iluminando os céos negros do sertão. E a orchestra typica do Cipó, iniciou a sua musica de regosijo pela chegada da caravana, numa manifestação eloquente de bondade de toda aquella gente.

Não acreditávamos que naquellas alturas do nordeste, castigado, sempre, pela esterilidade e pela canicuta, pudéssemos encontrar em sumida a civilização.

Caldas do Cipó offerece grandes elementos de saúde. Não só o seu clima, mas, ainda, a sua situação, e, sobretudo a sua água, formam uma trilogia de valores para a vida, dificilmente associados pela mão dadivosa da natureza.

O seu clima ameno, sêcco, e até frio, na estação prsente, oferecce ao aquático bellas manhãs de brumas, que se entrechocam e se desfazem, afinal, com os raios rebrilhantes do sol. A sua situação maravilhosa, pela topographia singular, é, sobretudo, notável epla passagem do rio Itapicurú, que, sinuoso e volumoso, serpeia em longo percurso pelo dôrso da villa, até desaparecer nos longes do horizonte fertilizando as terras ribeirinhas, e dando a tonalidade pittoresca do volume líquido cantante, em contraste raro com o pinturesco das caatingas infindáveis.

O que, porém, sobre excelle no Cipó e como é sabido, - é a água.
Portentoso manancial  de saude líquida, no dizer autorizado do dr. Prado Valadares, as suas fontes copiosas e contínuas, fazem brotar a água quente radioactiva, que borbulha do solo por toda aquella região, mesmo do Itapicurú na sua épocca de vasante, numa phantástica vasão de vários milhões de litros diários!

A captação dessa água verdadeiramente miraculosa, taes e tantas tem sido as curvas obtidas, é feita com grande propriedade, de vez que brota, ella, dentro dos próprios banheiros, em nascente natural, o que geralmente não acontece em outras estancias, uma vez que, feito o recalcamento, perde a água certas virtudes, como é fácil de prever, pelo traumatismo que soffre. Além disso, o banho conseguido em semelhante disposiçã, proporciona ao aquático enfermo duas grandes vantagens: - não só o tratamento imediato da pelle pelo contacto direto com a água, mas, ainda, recebe o doente a emanação della da fonte radioactiva, da própria nascente, que absorvida pelos pulmões, logra, pelas observações já feitas na população local, não hacer jamais encontrado um hipertenso, o que, mais uma vez, justifica as excellentes qualidades da água, para essa enfermidade tão comum, quanto grave!

A água é applicada por ingestão, na Buvette, por balneação e inhalação nos banheiros emanatórios e na piscina.

Em breve, será por meio de banhos radio-hydro-eletricos, em vias de installação.

O depoimento de todos os enfermos que se acham presentemente no Cipó, constitue, em verdade, ao observador, um himno de louvor às propriedades dessa água, que tem conseguido curas espantosas, sejam do estomago, do fígado, da bexiga, dos intestinos, da pelle, da tensão arterial! São de admirar, realmente, certas confissões que ouvi, verdadeirmente assombrosas. Enthusiasma sabermos a bahia possuidora de uma estancia do tamanho presente, principalmente porque o espírito do homem imagina, immediatamente, o que possa ser o seu futuro!

Vasto como é o repositório de opiniões por parte dos clínicos mais notáveis, o dr. Guerra, o enriqueceu, ainda, com a opinião do maior hydrologista do mundo, de nacionalidade francesa, o dr. Pierre. depois de lhe haver comunicado as virtudes da água milagrosa, nos casos de tensão arterial. E a sua resposta deverá ser , certamente, eivada de surpresa e de interesse.

É essa, pois, a villegiatura que acabamos de realizar, com pleno êxito, e viva a satisfação de todos nós, que, bahianos e estrangeiros, não conhecíamos ainda, in loco, a verdade exacta que só a observação pessoal pode proporcionar.

E foi assim, encantados com a excursão, e cheios de fé no poder infinito de Deus, que partimos em viagem de retorno à capital, maravilhados com a excursão!

Este, é o Cipó, do presente, do momento.
Mas, a nossa imaginação trabalho. Construiu mentalmente o Cipó do futuro, que há de ser conhecido pelo mundo, procurado por todos que padecerem, victoriosos na sua civilização, como já o é nas águas.

E, então, imaginamos a sua estrada de rodagem toda cimentada, desde São Sebastião, e que o todo de sua kilometragem - cerca de 280 km. - possa ser coberto por automóvel, em seis horas, partindo-se da Bahia.

Imaginamos, ainda, um grande hotel, um hotel de luxo, com optimos aphartamentos, dimensões amplas, grandiosas, um bello jardim servindo de moldura com a beleza e a delícia encantadora das flores e das açucenas, enfeitando e perfumando o grande ambiente.

Imaginamos, também, um casino, moderno, attrahente, onde se possa passar a noite com alegria esfusiante. E, além disso, concebermos todos os requisitos de uma cidade, que só as virtudes excelsas das águas miraculosas lograrão realizar.

E com o seu balneário adequado, e com capacidade suficiente para o grande emprehendimento, ficará concluida a nossa impressão de grande conforto, transformando esse sonho em realidade!...

É nessa altura, que a legenda do pórtico do balneário, terá não só a expressão real e presente do valor intríseco de suas águas, mas, também, por outro lado, dará o complemento do conforto e da civilização, que trazem, por seu turno, a saude e a vida: - "entrai, vós que vindes de alheias plagas: aqui nestas cálidas águas sagradas, encontrareis a saude e a vida."