8 de julho de 2013

Coisas de ontem para depois de amanhã


O caso estranho e alegre de Caldas do Cipó

O caso estranho e alegre de Caldas do Cipó

Acontece que estive neste final de semana em minha terra, minha cidade, meu município, e meus cinco caminhos de saudades, presenças, causos, diálogos e compromissos...
Se penso minha terra é por ter certeza do solo podzol que preenche o porquê da boa paisagem que teve em meu alcance por assim dizer a beira do Rio Itapicuru e seu lindo afluente, o Rio Quente. Cada cenário de araticum, aroeira, pau de colher, mandacaru e, na cidade, as figueiras sem as famosas alasardinhas, assim dito popularmente, é uma abertura para alimentar minha imaginação. A viagem noturna que geralmente acontece de Salvador a Cipó, por 240 km, encontrando além da reprovação dos parentes em dizer: você é doido viajar tão tarde assim? E o olhar das luzes por uma paisagem que já conheço, anuncia que na escuridão já me tenho em imagem os pontos de quebra molas entre São Sebastião e  Caldas do Cipó, que são 30 redutores e, por demais, os animais soltos na passagem por Inhambupe a  Olindina. Daí, uma pessoa aqui, outra acolá e a proporção que vou saindo da BR 324, chegando a 110, passando pela 101 e pegando a BR 110 de novo, os carros vão diminuindo e a necessidade de pedir ou não farol baixo, vai também se reduzindo.
Na viagem vou sempre escutando uma boa música por influência dos filhos e, acompanhado destes, Bruno e Breno com a esposa Lucinha que entre um sono e outro grita em forma de alerta: olhe o quebra mola...Vou entre conversas presenciais e saudosismo sem necessariamente está presente na saudade, por ser num tempo bem antes de mim, lembro dos turistas dos anos 30 do século XX, com viagens em direção a estação de 21 dias de banho thermo-medicinal na aconchegante estação balneária de Cipó. Lembro do bom barulho dos carros de bois cruzados pela marinetti que saía de Alagoinhas com turistas, geralmente oriundos de trem da Estação Calçada (Cidade Baixa/Salvador) já pensando no receptivo feito por Domingos de Castro, gerente do lindo Radium Hotel de pertencimento da família de Dr. Genésio Salles em Caldas de Cipó.
Bom seria se naquele tempo, existisse uma Transnordestina como a que vai ser construída e alguns municípios próximos, estão relacionadas em sua passagem como: Feira de Santana, Coração de Maria, Santanópolis, Irará, Ouriçangas, Aramari, Inhambupe, Crisópolis, Olindina, Itapicuru, Fátima, Adustina, Paripiranga, Coronel João Sá e Pedro Alexandre. Aí seria uma outra história em contextos diferentes. 
Enquanto isso, posso dizer que estive neste final de semana em minha terra, minha cidade, meu município, e meus cinco caminhos de saudades, presenças, causos, diálogos e compromissos...

Caldas do Cipó é assim...Um caldeirão de desconfianças em falas fora do normal. Se se falar o que todos querem ouvir, alegria e satisfação permanecem e não se nota  indiferenças entre as pessoas. Caldas do Cipó é lindo apesar de cada um buscar a alegria do que lhe é peculiar e o social em forma de eventos festivos, reuniões e afins é visto sempre por presentes que aparecem pela metade, já que a política local distingue bem a presença garantida em eventos, ora por algo de nome morcego, ora por algo com nome de cupim e alguns em transição que não se inserem nesse contexto e aí é que me encontro e muitos outros que buscam uma confluência mais e mais de nossa gente cipoense. Aliás, faz-se necessário deixar em evidência a frase de minha autoria: Caldas de Cipó de fato, ou Cipó de direito, é bonita de qualquer forma, porque tem seu próprio jeito.
É claro que em sua história, na realidade todos compartilham para  bem viver o município...Melhor seria se deixássemos os rancores de lado e, caminhar sem temer os obstáculos exteriores, seria de bom grado para o engrandecimento da mesma. Vejo nos últimos tempos uma vontade danada entre os munícipes, da cidade crescer e se ter o orgulho de se poder elogiar o mundo cipoense em cada canto de algum lugar. Ao mesmo tempo, se nota algo local que sem saber o mal que causa, o pessimismo se instala e dentro de um super ego de fantasias internas, se busca colocar fatos nocivos sem busca de causas e perspectivas de melhoras, tipo: quanto pior melhor e quando eu chegar lá, quanto pior melhor, mas, no olhar de quem saiu. Se me entendem
é assim mesmo de uma coisa se tem certeza...É preciso repensar, desconstruir e...Parei aqui pelo tempo que me tenho...