"QUE IMPORTA"
(...)
'Este segredo só tem importância para mim,
e palavra alguma o poderia explicar.'
Lendo aqui em poucas letras
A morte de um amigo
Que se confunde com a história de Cipó,
Por ser um eterno passante
Pelas ruas que andei...Ando!
E todos circulam
No cotidiano do se fazer algo
em cada leitura do imaginário...
Do instante de agora.
Vejo que Helhinho faleceu
Muitos da época
Lhe interpretavam como Harry.
Comigo não foi diferente
Otoney deu a ideia e jovens que éramos
Seguimos o compasso de assim chamar:
O Lobo da Estepe.
Ranieri em nome de muitos outros
Seguiu esse passo
Helhinho foi assim...
Seu mundo e sua solidão
Circulando quase em si mesmo.
Uma vez ainda adolescente
Um menina mulher e amiga
naquela época
Mostrou-me uma carta
Guardada, dado a poesia encantadora
Que Helhinho escrevera para ela.
Concentrei-me numa parte da carta
Que Helhinho escreveu para ela...
"E você que não desejou dançar comigo
No salão que se respirava romantismo
Afirmando que não sabia dançar
Meio confuso não consegui lhe dizer
Que bastavam dois passos pra lá
Dois passos pra cá
E tudo se misturava em nós dois..."
Assim era Helhinho
O mesmo que era filho de seu João de Carrinho
E Dona Ana (Donona)
Irmão de Margarida.
Numa devoção ímpar
Irmão de Nid, de Itamar
De Zé e de Carlinhos...
Esse, que um dia se foi, enforcado,
Com a Bíblia ao lado.
A frase abaixo é de Marx,
Repetidas vezes por ele
Fez entrar em meu pensamento:
"A história se repete,
a primeira vez como tragédia
e a segunda como farsa"
Quando bem falava
Mesmo em voz ainda se iniciando trêmula
Fazia exposição de suas visões
A mais repetida:
"...estava andando numa estrada deserta e um carro parou.
De um empurrão vindo de dentro, terminou por me jogar num barranco..."
Navio Negreiro fiz questão de decorar
Nunca me sai da mente
E ele também tinha em mente.
Quando se apresentava frente a mim
E muitos outros
O fragmento também de Castro Alves.
"Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio."
Chegava como se fosse uma oração
Tolstoi, Dostoiévski, Gorki
Helhinho: bom viajante da cultura russa
Na frieza de suas estepes
Nada mais, nada menos...
Autores que bem falava
Meu texto seria pequeno
Teria apenas uma frase:
QUE IMPORTA!
Pronto! É a frase
QUE IMPORTA!
Pediu um dia que sobre seu túmulo
Fosse gravada essa frase:
"QUE IMPORTA!"
Dizia sempre que a frase,
Extraíra do fragmento de Anna Karenina, Tolstoi:
"Que importa!
A minha vida não estará mais à mercê dos acontecimentos,
cada minuto da minha vida terá um sentido incontestável.
Agora possuirá o sentido indubitável do bem que eu sou capaz de difundir!''
Descanse em paz, Harry, Garça Errante, Lobo da Estepe...
Helhinho
(...)
'Este segredo só tem importância para mim,
e palavra alguma o poderia explicar.'
Lendo aqui em poucas letras
A morte de um amigo
Que se confunde com a história de Cipó,
Por ser um eterno passante
Pelas ruas que andei...Ando!
E todos circulam
No cotidiano do se fazer algo
em cada leitura do imaginário...
Do instante de agora.
Vejo que Helhinho faleceu
Muitos da época
Lhe interpretavam como Harry.
Comigo não foi diferente
Otoney deu a ideia e jovens que éramos
Seguimos o compasso de assim chamar:
O Lobo da Estepe.
Ranieri em nome de muitos outros
Seguiu esse passo
Helhinho foi assim...
Seu mundo e sua solidão
Circulando quase em si mesmo.
Uma vez ainda adolescente
Um menina mulher e amiga
naquela época
Mostrou-me uma carta
Guardada, dado a poesia encantadora
Que Helhinho escrevera para ela.
Concentrei-me numa parte da carta
Que Helhinho escreveu para ela...
"E você que não desejou dançar comigo
No salão que se respirava romantismo
Afirmando que não sabia dançar
Meio confuso não consegui lhe dizer
Que bastavam dois passos pra lá
Dois passos pra cá
E tudo se misturava em nós dois..."
Assim era Helhinho
O mesmo que era filho de seu João de Carrinho
E Dona Ana (Donona)
Irmão de Margarida.
Numa devoção ímpar
Irmão de Nid, de Itamar
De Zé e de Carlinhos...
Esse, que um dia se foi, enforcado,
Com a Bíblia ao lado.
A frase abaixo é de Marx,
Repetidas vezes por ele
Fez entrar em meu pensamento:
"A história se repete,
a primeira vez como tragédia
e a segunda como farsa"
Quando bem falava
Mesmo em voz ainda se iniciando trêmula
Fazia exposição de suas visões
A mais repetida:
"...estava andando numa estrada deserta e um carro parou.
De um empurrão vindo de dentro, terminou por me jogar num barranco..."
Navio Negreiro fiz questão de decorar
Nunca me sai da mente
E ele também tinha em mente.
Quando se apresentava frente a mim
E muitos outros
O fragmento também de Castro Alves.
"Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio."
Chegava como se fosse uma oração
Tolstoi, Dostoiévski, Gorki
Helhinho: bom viajante da cultura russa
Na frieza de suas estepes
Nada mais, nada menos...
Autores que bem falava
Meu texto seria pequeno
Teria apenas uma frase:
QUE IMPORTA!
Pronto! É a frase
QUE IMPORTA!
Pediu um dia que sobre seu túmulo
Fosse gravada essa frase:
"QUE IMPORTA!"
Dizia sempre que a frase,
Extraíra do fragmento de Anna Karenina, Tolstoi:
"Que importa!
A minha vida não estará mais à mercê dos acontecimentos,
cada minuto da minha vida terá um sentido incontestável.
Agora possuirá o sentido indubitável do bem que eu sou capaz de difundir!''
Descanse em paz, Harry, Garça Errante, Lobo da Estepe...
Helhinho
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