16 de janeiro de 2011

O HOMEM QUE COPIAVA...

"Fico na estrada pisando a lembrança de tanta vivência
Sentindo a ausência dos meus companheiros
Que em tempo passados, pisaram
na estrada e até
nunca mais."
Wilson Aragão

Tivemos o privilégio de malinar nos escritos de Wilson Aragão, arquivados em todos os campos da estante que mandara fazer no passado, tão mais perfeita que sua música feita de Massaranduba, com Raimundo Sodré ou do Pau de Atiradeira, que tomara emprestado de Paulo Matricó para encaixar na Beira Mar, na parte do "Eu e Zé de Badogue...".


Um cantor compositor que no silêncio de um dia, matutando a boa reflexão, termina por colocar em um papel, seja guardanapo, caderneta, higiênico, enfim, o que no momento estiver ao seu alcance. Os bolsos de suas bermudas justificam a essência intelectual dos papéis guardados por onde passa.
Neste malinar, sutilmente retiramos de todos os livros alguns escritos que Aragão nem mais lembrava da existência.
Pois bem... Aproveitamos o ensejo e com os objetos, ora produzidos por ele e Mirian, ora adquiridos nas viagens de shows, departamentizamos pelos caracteres comuns.
Mesmo Mirian falando que as consequências das inquietações do mesmo, sobraria para ela ao sairmos, deixei o amigo Tim, filho mais velho, a pastorar seus inquietos passos e o olhar para a estante. Veja o relatório parcial feito por Tim em forma de scrap:

São passos curtos.... serenos... às vezes, como um índio na cidade grande, vendo passar o monstro chamado carro, uma mistura de medo e curiosidade, e de certo, um desejo de deixar tudo arrumado como está, com isto, a evitância de mexer em algo, como quem simplesmente está conformado com a nova ideia, tipo aquele carro que se compra pra satisfazer as necessidades da familia, mas não a sua...
Assim tem sido os passos de Aragão diante da sua nova estante...rs (Tim).

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