16 de outubro de 2012

Duas nonsenses..





                                                Por subir Pedrinho ao trono,
                                                                               Não fique o povo contente;
                        Não pode ser coisa boa
                                                Servindo com a mesma gente.

Tem dias que a gente começa o dia pensando em besteiras da noite anterior, inclusive de algo visto e sua relação com o que enxergamos enquanto imagens de nossa cultura. Duas coisas estão em minha cabeça agora e uma senhora ao meu lado, no ônibus, pode ouvir de minhas palavras uma observação com sentido ou não. Sei que uma observação pude extrair a partir de um capítulo do Fantástico Global, o show da vida. Acontece que na próxima semana vai ao ar a novela Salve Jorge. 
Nos facebooks do cotidiano, pode até se entender para quem assiste novelas que em tom de gozação, a novela Avenida Brasil vai terminar com Jorginho sendo sequestrado e a outra novela segue seu rumo como o Salve Jorge do sequestro. 
Não obstante, o Fantástico não atentou para essa ficção. Procurou dá ênfase a próxima novela de Glória Perez, misturando a seriedade preocupante do real e as fantasias de sua cabeça, do imaginário Salve Jorge. Entende-se essa ligação pelo nome da novela e o sentido do SALVE. Diz o Fantástico e como sempre com provas mais que visíveis, que as gangs de São Paulo que cuidam dos mais de 80 assassinatos de policiais só este ano, que o SALVE é uma simbologia utilizada por essas gangs para comunicações possíveis de não codificação pelos meios oficiais de repressão aos bandidos. 

Até estava achando interessante a notícia e a maneira como se descobriram as famosas escutas telefônicas, mas, o absurdo de sempre se aproveitar de fatos reais para não combater o crime, mas, fantasiá-los em novelas e afins, sem nenhuma perspectiva de melhora e alerta ao telespectador, é comum. 

Pior que a notícia original já se desfaz e pior ainda quando toma corpo em comparações paralelas, não do SALVE geral com o Salve Jorge, mas, na confusão também, não de quem realmente vem matando os policiais, mas, na confusão de novo de quem matou Maxuel ou Max, sei lá e, se foi na mesma gravidade de segredos ou não de quem matou Odete Roitiman se é assim que se digita. Nas mesmas palavras, uma notícia que se inicia o com o ar triste da jornalista e se encerra de maneira comum à boa risadaria de atores convidados para jogarem suas estratégias de que participa do Salve Geral. Não! Do Salve Jorge. Não! Do quem matou Max?

Até pensei depois que acordaria com o sistema pensante meio que negativo e irônico e, pior que foi. Poderia até surgir na cabeça de terceiros a ideia de revolta ou quase terceira idade sem causa. Balancei a cabeça e enxerguei resquícios de campanha política daqui de Salvador e mais uma vez me voltei para a senhora que pensava meio que longe dessa rota. Pude afirmar que o poder na Bahia e em outras freguesias é quase visto como hereditário, já que o que se bem observa ou observo nos muros que passam por minha condução, são cartazes políticos de pessoas com nome em diminutivo ou que induzem a tal característica.

Celsão pai, apoia Celsinho filho. Jota carlos pai apoia Jotinha Carlos filho, Sanchizão pai, apoia Dudinha Sanchizinho e, de chance em chance vai se abrindo portas para a hereditariedade política dos tempos de D. Pedro I, II e Princesa Isabel. espiritualmente, ACM avô apoia ACM Neto. Às vezes, a máxima einsteinhana plagiada aqui, se você gera políticos, haverá o poder de reação e assim, Brito filho apoia Edvaldo Brito pai e assim os argumentos se encerram e volto para dentro de mim  e vejo que realmente acordei com o ar pessimista de enxergar algumas nonsenses e quem está ao lado nem se preocupa com as falas, querendo apenas chegar em sua rota definida e...Eu já cheguei em meu ponto.


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