31 de outubro de 2012

Thermas, thermas...




Viajando pelos caminhos do google, fiz sair de meus dois dedos que aprenderam a digitalizar letras desde os tempos de dona Zizinha, professora de datilografia, o nome próprio Erismann. De imediato apareceu a janela principal do blog de um bom estudioso, Reginaldo Tracajá. Por empréstimo sem anunciar ao mesmo, pude em paint pelo print screen sys rq, se é assim que escreve, levar adiante e colar no meu blog. Mas, a relação que se faz necessária é a imagem, o poder das palavras de Traca, Traca, como foi chamado, sobre o fato de ter um poema de Georgina Erismann numa cidade do sertão baiano na praça principal, quando em sua terra natal, por permanência em moradia, não ter quase nada e ter o nome caído no esquecimento, mesmo sendo a responsável pela letra do hino de Feira de Santana. Imagino como poderia ser bonito poder ouvir o piano e os recitais de Georgina no salão principal do Radium Hotel na década de 30 do século passado nas Caldas do Cipó.
Confesso que fiquei orgulhoso por na época que estava secretário de turismo, cultura, esporte e lazer, no município de Cipó, ter escolhido tão lindo poema para ser o referencial de orgulho de quem passa por tão linda praça, tão elegante cidade e de cara, recita a verdadeira razão de nossas thermas. 
No dizer atual, é lindo de lindo e totalmente ODARA!
Noure Cruz




AOS SENHORES CLÍNICOS - DR SALUSTINO GUERRA


O texto abaixo, transcrito de forma original dos recortes e fragmentos do livro de arquivos de jornais da Família Salles, refere-se a explicação de que as águas thermais são fontes de saude para a hipertensão arterial.

AOS SENHORES CLÍNICOS - POR SALUSTINO LEITÃO GUERRA

A HYPERTENSÃO ARTERIAL, PERMANENTE, QUE NA SUA PHASE DE LATÊNCIA, PASSA INTEIRAMENTE DESPERCEBIDA DO PACIENTE, PARA SE REVELAR MAIS TARDE, POR DYSPNÉA, DÔRES DE CABEÇA, DÔRES PRECORDIAES, PALPITAÇÕES, PERTURBAÇÕES OSYCHICAS, HEMORRHAGIAS, ETC..., É UMA AFECÇÃO GRAVE QUE PODE LEVAR O PACIENTE À MORTE, POR HEMORRHAGIA CEREBRAL, POR INSUFFICIENCIA CARDÍACA, PELA UREMIA.

O SEU TRATAMENTO POR CURA MEDICAMENTOS SYMPTOMÁTICA, DEIXA MUITO A DESEJAR; NO ENTANTO É GRANDE A IMPORTÂNCIA DA CIRA THERMAL RADIOACTIVA, NO QUAL O PACIENTE PODE APROVEITAR O REPOUSO PHYSICO E MENTAL, E A VIDA AO AR LIVRE, BENEFICIANDO-SE, AO MESMO TEMPO, COM OS SALUTARES EFFEITOS HYPOTENSORES DA ÁGUA.

O LUMINAR DA MEDICINA BAHIANA, PROFESSOR ARMANDO TAVARES, EM OBRA DE GRANDE VULTO, ESCREVEU, NÃO HÁ MUITO TEMPO, A PROPÓSITO DE HYPERTENSÃO ARTERIAL PERMANENTE:
" A ESSE TÍTULO (PAPEL HYPORTENSOR DAS EMANAÇÕES DE RÁDIO) PODERIAM TER APPLICAÇÃO AS NOSSAS ÁGUAS DE CIPÓ, ATTENDIDAS AS CIRCUNSTANCIA DA SITUAÇÃO N]AO DESFAVORÁVEL DE ALTITUDE, A RIQUEZA RADIOACTIVA, CONTANTO QUE OS CUIDADOS SE NÃO DESPREZEM NA ADMINISTRAÇÃO DOS BANHOS."

A LUMINOSA PREVISÃO DO ILLUSTRE FACULTATIVO ESTÁ TENDO CABAL CONFIRMAÇÃO NAS CUIDADOSAS OBSERVAÇÕES QUE VENHO FAZENDO NESTA ESTAÇÃO THERMAL, COMO MÉDICO DE SWERVIÇO, CONSTATAÇÃO QUE REVELAM O PODER HYPOTENSOR DAS ÁGUAS, COM A MAIOR EVIDENCIA. AS OBSERVAÇÕES JÁ SÃO BASTANTES NUMEROSAS. VERIFICA-SE POR ELLAS, QUE, DESDE O 3º DIA, A HIPERTENSÃO VAE BAIXANDO SENSIVELMENTE, E QUASI SEMPRE NO FIM DA ESTAÇÃO, A TENSÃO ARTERIAL SE NORMALIZA OU MUITO SE APROXIMA DO NORMAL. TODAS AS NOSSAS OBSERVAÇÕES TÊM SIDO RIGOROSAMENTE VERIFICADAS PELOS CLÍNICOS.

A OPPORTUNIDADE SE ME OFERECE PARA INFORMAR AOS ILLUSTRES COLLEGAS QUE AS DOENÇAS DO CORAÇÃO SE BENEFICIAM COM O USO MODERADO DAS ÁGUAS EXCEPTUANDO AS DESCOMPENSADAS JÁ COM EDEMAS BEM CONSTITUIDOS.




CALDAS DO CIPÓ DO PASSADO E DO FUTURO

                             UMA VERDADEIRA VIAGEM DESCRITIVA...

NO TEXTO ABAIXO,  FRAGMENTO DO LIVRO DE ARQUIVOS DE JORNAIS SOBRE CALDAS DO CIPO, DA DÉCADA DE 30, SÉCULO XX, DA FAMÍLIA DE GENÉSIO SALLES, PUDE EXTRAIR DA PÁGINA DO JORNAL, O IMPARCIAL,  DO MARANHÃO, UMA VERDADEIRA DESCRIÇÃO DAS BOAS PAISAGENS QUE LIGAVAM SALVADOR A CALDAS DO CIPÓ DA TERÇA FEIRA DE 17 DE AGOSTO DE 1935.

PROCUREI COLOCAR NA PARTE INFERIOR, UM PEQUENO COMENTÁRIO DA IMAGEM DO JORNAL E TRANSCREVI O TEXTO COM AS PALAVRAS EM SUA ORIGINALIDADE, DE AUTORIA DE GUSTAVO MARTINS ERA ASSIM INTITULADO E NARRADO...


NATUREZA MARAVILHOSA

De volta de uma excursão, em companhia de excellentes amigos, e, por isso mesmo, sob o ambiente amável  de uma alegria sadia, jovem rehabilitadora ds nervos, e, consequentemente, do bem estar - não me posso furtar ao dever de traçar, aqui, em linhas ligeiras, um rápido bosquejo do que foi a nossa viagem, do que é o Cipó, onde permanecemos alguns dias, na sua expressão fundamental.

Homem da cidade, deshabituado, por isso, ao contacto direto do campo, as impressões que recolhi nessa viagem, foram as mais estranhas.

Depois de uma longa viagem de comboio, e isto da Calçada (Salvador) a Alagoinhas, fizemos nosso almoço num hotel local.Desta última cidade, onde a solicititude do gerente, homem de alma simples, nos proporcionou uma alimentação sadia e confortadora. Dahi, em automóvel, partiu a nossa caravana rumo ao Cipó, quando se iniciou o nosso contacto maior com a narureza maravilhosa.

A estrada de rodagem tem condições excepcionais de belleza, offerecidas pelos sem número de rectas, de kilometragens alentadas, além da situação topográphica da região offerecer ao itinerante a segurança das planícies emmensuráveis. E é por toda a extensão da caatinga, erma, que a natureza esplende nos verdes mais variedades, mais matizados, esbatidos na tonalidades mais bellas e contrastáveis!

É no silêncio de sua vida, e na repetição dos seus acontecimentos, que o homem do interior forma a sua alma, simples como a própria natureza, sincera como as bençãos do céo. Longe do rebuliço da cidade, sem sensações successivas e constantes que tanto abalam o animo da vida cidadania, o homem do interior, na sua rudeza sincera, repete o diapasão do meio ambiente, como que acompanhando o exemplo da própria vida interativa dos campos. E, à proporção que o automóvel vence as distâncias na sua voragem sempre insatisfeita, atravessamos Inhambupe, Nova Olinda, paiaiá, Soure, e dahi, perfazendo quasi que os 150 kilômetros de extensão da nova estrada, chegamos, afinal a Cipó. Era, já, noite. O nosso automóvel porém, interrompendo o silêncio profundo da caatinga, como que despertava a natureza, embalada pelo crepúsculo, com o seu ruido de marcha vencedora. E eis que se nos depara um espectáculo empolgante. No meio do mattagal invio, com certa elevação, surge aos nossos olhos desprevenidos, todo iluminado, o hotel das thermas, proporcionando ao viajante despercebido a impressão de um palácio em festa.

A recepção que nos fôra feita, tomára aspecto festivo. E isso pelo prestígio manifesto de dois dos membros de nossa comitiva, A CARAVANA DO SILÊNCIO.

Não foi sem viva satisfação que encontramos na esplêndia varanda do hotel, todos os seus hóspedes, tendo à frente esse homem bom e gentil que é Domingos de Castro.

E o foguetório espoucou iluminando os céos negros do sertão. E a orchestra typica do Cipó, iniciou a sua musica de regosijo pela chegada da caravana, numa manifestação eloquente de bondade de toda aquella gente.

Não acreditávamos que naquellas alturas do nordeste, castigado, sempre, pela esterilidade e pela canicuta, pudéssemos encontrar em sumida a civilização.

Caldas do Cipó offerece grandes elementos de saúde. Não só o seu clima, mas, ainda, a sua situação, e, sobretudo a sua água, formam uma trilogia de valores para a vida, dificilmente associados pela mão dadivosa da natureza.

O seu clima ameno, sêcco, e até frio, na estação prsente, oferecce ao aquático bellas manhãs de brumas, que se entrechocam e se desfazem, afinal, com os raios rebrilhantes do sol. A sua situação maravilhosa, pela topographia singular, é, sobretudo, notável epla passagem do rio Itapicurú, que, sinuoso e volumoso, serpeia em longo percurso pelo dôrso da villa, até desaparecer nos longes do horizonte fertilizando as terras ribeirinhas, e dando a tonalidade pittoresca do volume líquido cantante, em contraste raro com o pinturesco das caatingas infindáveis.

O que, porém, sobre excelle no Cipó e como é sabido, - é a água.
Portentoso manancial  de saude líquida, no dizer autorizado do dr. Prado Valadares, as suas fontes copiosas e contínuas, fazem brotar a água quente radioactiva, que borbulha do solo por toda aquella região, mesmo do Itapicurú na sua épocca de vasante, numa phantástica vasão de vários milhões de litros diários!

A captação dessa água verdadeiramente miraculosa, taes e tantas tem sido as curvas obtidas, é feita com grande propriedade, de vez que brota, ella, dentro dos próprios banheiros, em nascente natural, o que geralmente não acontece em outras estancias, uma vez que, feito o recalcamento, perde a água certas virtudes, como é fácil de prever, pelo traumatismo que soffre. Além disso, o banho conseguido em semelhante disposiçã, proporciona ao aquático enfermo duas grandes vantagens: - não só o tratamento imediato da pelle pelo contacto direto com a água, mas, ainda, recebe o doente a emanação della da fonte radioactiva, da própria nascente, que absorvida pelos pulmões, logra, pelas observações já feitas na população local, não hacer jamais encontrado um hipertenso, o que, mais uma vez, justifica as excellentes qualidades da água, para essa enfermidade tão comum, quanto grave!

A água é applicada por ingestão, na Buvette, por balneação e inhalação nos banheiros emanatórios e na piscina.

Em breve, será por meio de banhos radio-hydro-eletricos, em vias de installação.

O depoimento de todos os enfermos que se acham presentemente no Cipó, constitue, em verdade, ao observador, um himno de louvor às propriedades dessa água, que tem conseguido curas espantosas, sejam do estomago, do fígado, da bexiga, dos intestinos, da pelle, da tensão arterial! São de admirar, realmente, certas confissões que ouvi, verdadeirmente assombrosas. Enthusiasma sabermos a bahia possuidora de uma estancia do tamanho presente, principalmente porque o espírito do homem imagina, immediatamente, o que possa ser o seu futuro!

Vasto como é o repositório de opiniões por parte dos clínicos mais notáveis, o dr. Guerra, o enriqueceu, ainda, com a opinião do maior hydrologista do mundo, de nacionalidade francesa, o dr. Pierre. depois de lhe haver comunicado as virtudes da água milagrosa, nos casos de tensão arterial. E a sua resposta deverá ser , certamente, eivada de surpresa e de interesse.

É essa, pois, a villegiatura que acabamos de realizar, com pleno êxito, e viva a satisfação de todos nós, que, bahianos e estrangeiros, não conhecíamos ainda, in loco, a verdade exacta que só a observação pessoal pode proporcionar.

E foi assim, encantados com a excursão, e cheios de fé no poder infinito de Deus, que partimos em viagem de retorno à capital, maravilhados com a excursão!

Este, é o Cipó, do presente, do momento.
Mas, a nossa imaginação trabalho. Construiu mentalmente o Cipó do futuro, que há de ser conhecido pelo mundo, procurado por todos que padecerem, victoriosos na sua civilização, como já o é nas águas.

E, então, imaginamos a sua estrada de rodagem toda cimentada, desde São Sebastião, e que o todo de sua kilometragem - cerca de 280 km. - possa ser coberto por automóvel, em seis horas, partindo-se da Bahia.

Imaginamos, ainda, um grande hotel, um hotel de luxo, com optimos aphartamentos, dimensões amplas, grandiosas, um bello jardim servindo de moldura com a beleza e a delícia encantadora das flores e das açucenas, enfeitando e perfumando o grande ambiente.

Imaginamos, também, um casino, moderno, attrahente, onde se possa passar a noite com alegria esfusiante. E, além disso, concebermos todos os requisitos de uma cidade, que só as virtudes excelsas das águas miraculosas lograrão realizar.

E com o seu balneário adequado, e com capacidade suficiente para o grande emprehendimento, ficará concluida a nossa impressão de grande conforto, transformando esse sonho em realidade!...

É nessa altura, que a legenda do pórtico do balneário, terá não só a expressão real e presente do valor intríseco de suas águas, mas, também, por outro lado, dará o complemento do conforto e da civilização, que trazem, por seu turno, a saude e a vida: - "entrai, vós que vindes de alheias plagas: aqui nestas cálidas águas sagradas, encontrareis a saude e a vida."

30 de outubro de 2012

FAZ DIFERENÇA FRIGUÊS...

ASSIM ACONTECEU UM EDITORIAL DO JORNAL CORREIO DE MATHIAS EM 14 DE JULHO DE 1935 SOBRE CALDAS DO CIPÓ

A vida de uma estação de águas, Caldas do Cipó, onde há muita cousa a desejar, desapparece às 22 horas quando as luzes do hotel são apagadas...

Os meios de locomoção, pode se afirmar, não existem. Na villa não há um único auto de praça ou particular. Os gericos(jumentinhos) surgem, carregados, às quartas feiras, que são os dias consagrados à exposição e venda de tudo quanto é produzido na região, e que é vendido por preços ínfimos...O processo de negociar é original.

Dirigindo-se ao expositor (que paga imposto!) cujas mercadorias são colocadas na arenosa praça e no solo, érgunta-se quanto custa. Pedem como resposta, um preço que nós, os adventícios, julgamos ínfimos e deante de nossa admiração silenciosa, acrescentam: tem ainda o ajuste! O ajuste meus amigos, representa o célebre faz diferença friguês, adoptado pelos turcos quando estão commerciando.

Encontramos aqui a sympática velhota D. Maria Francisca do Nascimento (evasora da sanha de Lampeão) mais conhecida por vovó dos banhistas. Sua especialidade, que é a predominante na região, é a confecção de redes. Outras preparam tarrafas para pescaria...Só as mulheres trabalham. Percorrendo os casebres da villa, nunca encontramos um homem ocupadocom quaesquer plantações ou outros místeres...Sempre deitados em redes e as mulheres trabalhando. Atraídos por sons de flautas de bambus, divisamos dois marmanjões matando o tempo, como o afirmaram. E, as cabanas exigem uma genuflexão para se transpor seus humbraes. Ellas são cobertas pelos  licurizeiros, da família do nosso sapé. Sua altura nos faz recordar as habitações dos esquimós. E nem todas têm um caixote de kerozene que sirva de banco...

A vovó sempre amável nos oferecia um saboroso café. Quando era reccusado, apparecia o rabo de galo. É um aperitivo, de todos conhecido, feito de cana e fabricado em sergipe.

As redes da vovó eram diariamente occupadas e sempre appareciamos para matar o tempo e tirar uma soneca.

Caldas do Cipó está fechada em copas para o mundo. Não se lêm jornaes e nem se sabe se a liberal democracia continua em vigência. É o verdadeiro regimem do repouso do corpo e da alma... A.A.C.

Transcrito por Noure Cruz do livro da Família Salles - Recortes de Jornais

20 de outubro de 2012

AS ÁGUAS MINERAES DO ITAPICURU

RESPOSTA DO DR. GENÉSIO SALLES AO DR. AVELINO IGNÁCIO OLIVEIRA, DIRETOR DO SERVIÇO DE FOMENTO DA PRODUCÇAÕ MINERAL, PUBLICADO EM JORNAL DA DÉCADA DE 30, SÉCULO PASSADO

Sr. Dr. Avelino Ignácio

Convido V. Sa. a provar documentadamente o que afirma em seu artigo:
1º - Que os trabalhos executados em Cipó foram sem assistência de clínica;
2º - que estes trabalhos se acham errados desde as linhas geraes até as minudências
3° - que a construção de diques custeados pelo ministério da viação é um erro ainda maior que o da captação d'aquelas fontes
4°- que no Balneário não existe ventilação e há insetos transmissores de doenças;
5°- que no hotel há falta de conforto e higiene geral;
6°- que a evasão da fonte Fervente é maior do que a de todas as de Cipó reunidas. 
Observação: A Fonte Fervente fica hoje no município de Ribeira do Amparo (Noure)
7°- que as águas de Cipósão apenas utilizáveis para banhos.

Se V. Sa. não responder os ítens acima ir não aceitar o meu convite para ir até Cipó corrigir os erros técnicos da captação de suas águas, collocandoas emergenciais em pontos inaccessíveis às enchentes sem auxílio de bombas, serei obrigado a concluir logicamente que V. S. não passa de um impostor, e que tem a sua sciência, à sua consciência e as suas credenciais de director de um serviço público alugadas a interesses particulares a alguma sociedade anonyma que pretendam explorar as fontes de Fervente, que, aliás, fazem também parte da minha concessão; e terei ainda mais uma vez, o prazer de apresentar ao público um maldizente vulgar exhumano o dentre os muitos que possuo na fauna de minha coleção.

E a mão de V. S. deveria ter tremido ao assignar aquele amontoado de mentiras. nem sequer lhe abrandou o coração a lembrança do grande dia da Christandade, em que o qual, até s homens máos, concentrando os poucos sentimentos bons que porventura lhes restem ainda elevam o pensamento até Deus, nuyma prece comovida, numa compassiva serenidade espiritual, pedindo lhe perdão para suas fraquezas e enquanto se realizava o enterro symbólico do Redemptor da Humanidade era distribuido pelos quatro cantos d'esta capital um documento vivo da mentira remunerada.

saberá V. S. que a estancia de Cipó representa o esforço de um só, porém corvejada por muitos. Victoriosa, ella continúa pela mão de seu concessionário, a vencer todos os obstáculos que lhe pretende criar a ruindade humana. Amparada agora pela mentalidade superior de Juracy Magalhães, ella se mantém mais do que nunca, invulnerável às agressões da maldade alheia.

Actualmente, o maior trabalho para mim, tem sido justamente o de afastar do meu caminho esssas pedrinhas anonymas perdidas na poeira da estrada, estacionadas na proficuidade de uma existência que se mede pelo desvalor de sua estrutura, enquanto vou seguindo satisfeito com a minha consciencia, procurando elevar-me muito acima dos que corvejam o meu esforço na intenção de depreciá-lo; e assim vou adquirindo autoridade para invalidar o impulso doentio e tendencioso das agressões.
Confere
Dr. Genésio Salles

Caldas do Cipó de fato, ou Cipó de direito. É bonita de qualquer forma, porque tem seu próprio jeito. (Noure Cruz)

O Diário de Notícias de Salvador, através de seu correspondente José Pereira de Almeida, assim, falou sobre Cipó no dia 30 de Julho de 1935:

"Volto de Cipó e volto encantado. Em meio a caatinga, ora verdejante, após um percurso de 136 km, divisa-se em teto de casas rústicas o mole do soberbo Radium Hotel, para dos que para ahi se destinam para aliviar malles, ou curiosos para conhecerem de visu as qualidades mirificas das águas de Cipó.

Conhecedor das nossas thermas em Minas, de diversas em Portugal, e por último das célebres de Karlsbao, não por mim dellas necessitado, mas, por necessidades orgânicas de pessoa que me é cara, aguardava oportunidade para ir ver in loco as thermas do Cipó, cujos prodígios, ouço falar desde menino.

Deliberado em 16 do corrente, tomei o trem da este cujo estado de ruína é notório, saltando em Alagoinhas em quase 03 horas am atraso. Na Roma, ahi fiquei por ter sahido a marinetti devido atrazo de trem. Bom hotel e decente.
No dia 17 subiram no trem atrazado de mais de duas horas o dr. Menandro Filho com sete pessoas de sua família, o dr. Oswaldo Martins, senhora e filhos e o delegado Matos da 3ª Cia.Em companhia do Dr. Menandro de farias, subimos de automóvel. Saimos às duas e meia da tarde, sob fortes rajadas de chuva, alcançando Cipó às sete e meia da noite. O radium Hotel deslumbrava pela iluminação interna e externa e imponência e, no interior, cascalhava o riso alegre dos hóspedes. Bahianos, sergipanos, alagoanos e de procedências outras, e os pares voltejavam no salão aos sons do jazz nacional e local.

Grande número de senhorinhas gentis e bonitas era a nota dominante, e em pouco o piano, e após o cantor e o refrain:

Está na hora;
Eu não vou só
Vamos todos para a fonte 
Beber água do Cipó.

E o violão chorava de quando em vez, quando não podia fazer morrer de saudades. este o introito.

No dia imediato, via e observava tudo.e cauteloso  bebia a mirifica água, e se já não estivesse imbuído do seu valor therapeutico, ora daria atestado da absoluta veracidade dos seus beéficos efeitos.
Infelizmente em derredor de Cipó - nada: uma ebacara, uma roça, um lugarejo onde espraiar a alegria e a saude que entra a haustos tonificantes, remoçadores que bem podem confirmar os generaes Jorge Pinheiro e Fontes, hóspedes do radium Hotel e provocadores e partícipes das alegrias e folguedos e danças no radium Hotel.
O passeio de automóvel, fomos à vila do Soure, distante, creio, três léguas, e tivemos oferta de lauto almoço, oferecido pelo dr. Oswaldo martins, no dia 19 e ahi combinamos novo almoço, um escaldaddo de peru e muitas iguarias.
Voltamos à tarde ao hotel, onde-se ia realizar uma festa em despedida aos que partiam no dia seguinte e a obtenção de obusos para a nova igreja, que está sendo erecta.
A noite seção magna presidida pelos Generaes Jorge e Pereira Pinto da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Abriu a seção o dr. Adalício Nogueira em belíssima poesia, de sua autoria, alusiva a festa que se celebrava. recitaram os generais e moços outros hóspedes, cantaram as senhorinhas, o piano cantava em sons accordes, correu a bolsa para as obras da igreja e as danças prolongaram-se em meio da alegria de moços e velhos, remoçados pelas miríficas águas de Cipó.

Bahia, 30 de Julho de 1935."

Caldas do Cipó - Bom Atrativo!

Veja um passeio feito em direção às Caldas do Cipó no ano de 1933, extraído do Jornal A Tarde de 02/09/1933



UM BELO PASSEIO DE 12 A 16 DE SETEMBRO DE 1933 ÀS CALDAS DO CIPÓ DA SOCIEDADE CLÍNICA GYNECOLÓGICA

Sob o auspicio da Sociedade Clínica Gynecológica, realizar-se-á de 12 a 16 de Setembro de 1933, um passeio de recreio às Caldas do Cipó. Foi organizado o seguinte:

Dia 12/09 - 08 horas - Partida de Gare da Ferrovia  Este Brasileira na Calçada. 
11 horas- Chegada e almoço em Alagoinhas
14:00 - Partida de auto ômnibus especiaes
17:00 - Chegada às Caldas do Cipó
19:00 - Lauto jantar que usará da palavra Dr. genésio salles
21:00 - Soiréé dançante até às duas horas da manhã ao som do Jazz A.U.B.
Dia 13/09- 06:00 - Banhos emanatórios
10:00 - Partidas de basketball e volleyball
12:00 - Almoço a moda cipoense em que discursará o doutor Symprhonio Farias
13:00- Ping pong para senhorinhas
15:00- Distribuição de dádivas e esmolas aos pobres e flagelados do local por senhorinhas
16:00- banho na piscina com waterball, box náutico e guiga a remo
19:00- jantar com uso da palavra o Dr. Antonio Maltez
21:00 - Concerto lítero musical em benefício a casa do estudante
22:00 - Grande baile Masqué até às duas horas, com o Jazz a.u.b.
Dia 14/09 - banhos emanatórios
10:00 - Matinê cinematographico
12:00- Almoço à moda bahiana em que discursará o acadêmico  Antonio Vianna.
14:00- Colocaçãop de uma placa da Sociedade Clínica Gynecológica. Discursarão os doutores Genésio Salles e Galdino Ribeiro.
16:00 - banhos de piscina e esportes náuticos
18:00- Amistoso chá
19:00 - Jantar com uso da palavra o doutor Aristides Maltez.
21:00- Hora de artes em benefício a Sociedade Clínica de Gynecologia
23:00- Som dançante com Jazz A.U.B.
Dia 15/09- 06 horas - banhos emanatórios
10:00- basketball para senhorinhas
12:00- Pikniques com filmagens/photográphicas e cinematográphicas.
14:00- Football para rapazes. Cipoenses versus caravanistas (rapazes)
16:00- banho na piscina com esportes náuticos
20:00- Banquete de despedida oferecido pelo doutor Genésio Salles
22:00- reveillon ao som do Jazz A.U.B.
Dia 16 - às 16 horas. retorno da caravana

A inscrição para este passeio é de 100$000 por pessoa. Os caravanistas devem levar roupa de banho, máscaras, phantasias e tem direito de se fazerem acompanhados por uma valise cujas dimensões não excedam a 60 Cm.Informações ao Largo Dois de Julho, n. 38 até o dia 08 de Setembro tratando com o acad~emico Affonso Maron.

CIPÓ, O SEU TRISTE PASSADO, O SEU MAGNIFICO PRESENTE E O SEU GRANDIOSO FUTURO.

Hoje acordei em sonhos e muito cedo. Com a mente fixada no outro lado do rio Itapicuru  Rua da usina, na primeira denominação que conhecíamos do tempo que o aeroporto de Caldas do Cipó, cidade distante 240 de Salvador-Bahia, tinha localização no Bairro Santos Dumont ou Campo da Aviação como era chamado e vulgarmente e de qualidade há  logomarca de Outro Lado do Rio. Nem sei se era sonho, mas, alguém cantava e de longe trazida pelo vento uma voz em afirmar várias vezes que não passava pela Rua da Usina, mas, é certo que a voz silábica anunciava: eu não passo pela Rua da Usina.

Aumentava a proporção que meus sentidos iam dando forma de realidade. Levantando a cabeça logo após se avistar o mar daqui de minha janela, que traduz inclusive, a primeira olhada, pude enxergar meu filho Bruno Satana com a gaita que lhe é peculiar, numa das noites etílicas, cantando ao lado de Rafael Vilanova da Confraria Giramundo, que às vezes, aparece em casa e sempre na companhia dos primeiros biscoitos, primeiras novidades de alimentos sofisticados e depois na invasão natural da culinária de cá de casa, coisa que lhe é natural e de bom grado para a gente, mas, meu filho entoava a beira mar de Amaralina, a bela música de José Pavão: EU NUNCA PASSO PELA RUA DA USINA.

A música em casamento com o saudosismo até me trouxe a lembrança de tudo que está às margens do Itapicuru em seu curso do meio caminho entre Jacobina, sua nascente e Conde, sua desembocadura. Lembrei da cidade que muito chora meu filho mais novo, Breno Linconl, em um dia voltar e não estará longe tal proeza.
Lembrei de Caldas do Cipó do século passado, década de 30, aliás, lembrei de um recorte de Jornal de 04 de Agosto de 1936, de uma terça feira. Levantei e fui praticar leituras e ao mesmo tempo, pude transcrever para a leitura que faço em lembranças e concretizadas em dedos no computador num  bom dia de sol e barulho das ondas que falam comigo na meditação do amanhecer.

 Pude transcrever a notícia e algumas palavras não fiz mudanças de acordo com as orientações gramaticais dos dias atuais. A frase da chamada do jornal, coloco em letras diferenciadas:

"CIPÓ, O SEU TRISTE PASSADO, O SEU MAGNIFICO PRESENTE E O SEU GRANDIOSO FUTURO.

o texto começa dizendo que houve um tempo em que esta cidade vivia esquecida, abandonada, só se aventurando a visitá-la quem não tinha mesmo apego a vida ou quem tinha neste oásis do nordéste interesse muito grande que compensasse os riscos e desconfortos da viagem e da permanencia aqui. A estrada de Alagoinhas a Cipó só mesmo por irrisão tinha o nome de estrada, caminho que era ella a dos peores. E caminho perigoso, sujeitos que estavam todos os que se dispunham a percorre-lo ao encontro nada desejável com Lampião e seu bando. Aqui também a vida dos que procuravam os banhos thermaespara a saúde não estava nada segura. A ameaça do cangaço pesava sempre sobre a cidade, sem qualquer possibilidade de soccorro, dada a distancia que a separava das localidades populosas, distancia mais ainda augmentada pela situação quasi impraticável da única estrada. E Cipó pareceia condemnada a nunca passar do que era. Os governos se sucediam sem que qualquer delles procurasse solucionar os seus problemas. No entanto, este recanto privilegiado do sertão baiano tinha tudo para se tornar uma grande cidade. A natureza fora pródiga na distribuição de seus favores. Só faltava a mão do homem para que Cipó crescesse e chamasse para ela as atenções de todo Brasil. Mas, o tempo corria sem que um governo de visão se lembrasse daquele pedaço de terra bahiana.
Aí é a referencia do texto quando diz: CIPÓ, SEU TRISTE PASSADO.
Um dia, um sonhador deliberou enfrentar todas as dificuldades, vencer o temor, transpor os obstáculos, dominar o pessimismo geral e, demonstrando audácia incommum, transformar Cipó em uma estação balneária. Conseguiu autorização para explorar mediante certas obrigações, a água miraculosa que brotva quente da terra, pedindo que alguém a aproveitasse em bem do próprio homem. Esse alguém foi o Dr. Genésio Salles. Começou então a luta. Uma dificuldade vencida aqui, surgia adiante maior e mais terrível. O governo que devia, auxiliá-lo, parece que se comprazia em augmentar-lhe as barreiras. Lampíão conseguira fazer, da imprevidência e incuria dos governantes, o seu mais destemido e eficiente auxiliar. E o pessimismo começava também a vencer aquella alma de poeta que sonhava transformar uma cidade de caatinga em uma linda estação balneária. Cipó continuava a marcar passos; sem esperançasos seus habitantes de ver realidade os sonhos de Genésio Salles. O ânimo do lutador já se abatera.
UMA NOVA ERA...
 Veio finalmente o movimento revolucionário e com elle a Bahia foi entregue ao governo discricionário de um quasi adolescente. Um dia falaram-lhe de Cipó e das suas águas maravilhosas. Falaram-lhe em Genésio Salles e na sua luta mal sucedida. E o jovem que a Bahia recebera com reserva e mesmo com prevenção, resolveu levar a effeito o que nenhum outro governo quizera ainda emprehender. Genésio Salles encontrou, no então tte. J. Magalhães, o animador da sua obra. Os recursos necessários para que Cipó se tornasse acessível foram fornecidos à cidade. O que era um caminho impraticável, tornou-se uma estrada magnífica. Lampião deixou de tornar-se uma ameaça, expulso que foi para terras distantes. Policiada se tornou toda a zona vasta do nordéste baiano. Cipó foi crescendo. Começaram a surgir os banhistas do Estado e de outras unidades federativas. Foi perdendo aquele aspecto de villa abandonada para tornar-se uma cidade confortável. A sua fama foi crescendo em proporção aos melhoramentos que recebia. O governador deu o exemplo, procurando-a para uma estação de repouso em companhia de sua família. E os banhistas foram crescendo em número. Os hotéis tornaram-se pequenos para conter, nas épocas preferidas, todos os que procuravam os benefícios da água maravilhosa.
Genésio Salles custava ainda a acreditar na realidade de seu sonho. Sábbado passado, acompanhando o senador Costa Rego, o capitão Juracy Magalhães voltou à visitar Cipó. A cidade recebeu-o como se recebe um grande bemfeitor. Engalanou-se e transbordante de alegria recebeu-o com demonstração de gratidão.Mas, o homem do governo não quiz visitar a cidade sem tomar conhecimento do que se tem feito em seu benefício. O prefeito local, esse jovem dynâmico que trocou o conforto do gabinete de uma secretaria de Estado pela modesta prefeitura de um município sertanejo, teve de submeter-se a uma verdadeira sabatinada, feita pelo governador visitante. Tudo o capitão Juracy Magalhães queria saber e de tudo pedia pormenores.
E uma pergunta o Dr. Oscar Caetano não deixou sem a resposta imediata e completa. Os esclarecimentos eram feitos com presteza e minuciosidade. Poude assim verificar o Capitão Juracy magalhães que não poderia entregar o governo do município a mãos mais capacitadas e empreendedoras. Effectivamente, o que já conseguiu, o prefeito local levar a effeito diante a sua administração, revela perfeitamente o seu tacto administrativo, a sua capacidade de trabalho.
Dentro de mais dois meses, quem vier a Cipó custará a acreditar que a cidade é a mesma, taes são os melhoramentos nella introduzidos. Não reconhecerá uma belíssima praça que se encontra em vias de conclusão, o descampado cheio de mato que ali existia. A grande taça jorrando água multicor não deixará recordar-se do lamaçal que havia naquele mesmo local. A pérgola com as suas trepadeiras e flôres, fará com que não possa mais relembrar dos montes de terra e capim que em seu lugarse erguiam mezes atráz.
Cipo estará irreconhecível. Será uma matuta que foi a metrópole e recebeu toda a garridice dos bons modos das moças da cidade.
Mas, não era justo que Cipó deixasse de prestar a seu grande benemérito um preito de gratidão e reconhecimento. Na sua visita à cidade, o governador Juracy Magalhães teve uma surpreza. Saudando-o o sr. Genésio Salles revelou-lhe que o povo cipoense querendo deixar gravado em bronze o seu reconhecimento, faria erigir naquella praça, que se chamaria Juracy Magalhães, o busto do governador que tanto fizera em seu benefício.
Fazendo essa combinação, o sr. Genésio Salles pronunciou comovido discurso, no qual, relatando o que fôra sua "via crucis", mostrou que Cipó continuaria ainda triste e abandonada, não fôra a decisão do governador que ali se encontrava, cujos benefícios tornaram captivos todos os que ali se encontravam.
Respondendo, o capitão Juracy Magalhães fez breve improviso, dizendo qual a sua norma de conducta à frente do governo e affirmando que não esmorecerá para que a Bahia possa conquistar o logar que lhe é próprio entre as unidades de federação, pelo seu progresso, pelo seu desenvolvimento, pelo seu prestígio." (Jornal Cidade do salvador- 1936)

16 de outubro de 2012

Duas nonsenses..





                                                Por subir Pedrinho ao trono,
                                                                               Não fique o povo contente;
                        Não pode ser coisa boa
                                                Servindo com a mesma gente.

Tem dias que a gente começa o dia pensando em besteiras da noite anterior, inclusive de algo visto e sua relação com o que enxergamos enquanto imagens de nossa cultura. Duas coisas estão em minha cabeça agora e uma senhora ao meu lado, no ônibus, pode ouvir de minhas palavras uma observação com sentido ou não. Sei que uma observação pude extrair a partir de um capítulo do Fantástico Global, o show da vida. Acontece que na próxima semana vai ao ar a novela Salve Jorge. 
Nos facebooks do cotidiano, pode até se entender para quem assiste novelas que em tom de gozação, a novela Avenida Brasil vai terminar com Jorginho sendo sequestrado e a outra novela segue seu rumo como o Salve Jorge do sequestro. 
Não obstante, o Fantástico não atentou para essa ficção. Procurou dá ênfase a próxima novela de Glória Perez, misturando a seriedade preocupante do real e as fantasias de sua cabeça, do imaginário Salve Jorge. Entende-se essa ligação pelo nome da novela e o sentido do SALVE. Diz o Fantástico e como sempre com provas mais que visíveis, que as gangs de São Paulo que cuidam dos mais de 80 assassinatos de policiais só este ano, que o SALVE é uma simbologia utilizada por essas gangs para comunicações possíveis de não codificação pelos meios oficiais de repressão aos bandidos. 

Até estava achando interessante a notícia e a maneira como se descobriram as famosas escutas telefônicas, mas, o absurdo de sempre se aproveitar de fatos reais para não combater o crime, mas, fantasiá-los em novelas e afins, sem nenhuma perspectiva de melhora e alerta ao telespectador, é comum. 

Pior que a notícia original já se desfaz e pior ainda quando toma corpo em comparações paralelas, não do SALVE geral com o Salve Jorge, mas, na confusão também, não de quem realmente vem matando os policiais, mas, na confusão de novo de quem matou Maxuel ou Max, sei lá e, se foi na mesma gravidade de segredos ou não de quem matou Odete Roitiman se é assim que se digita. Nas mesmas palavras, uma notícia que se inicia o com o ar triste da jornalista e se encerra de maneira comum à boa risadaria de atores convidados para jogarem suas estratégias de que participa do Salve Geral. Não! Do Salve Jorge. Não! Do quem matou Max?

Até pensei depois que acordaria com o sistema pensante meio que negativo e irônico e, pior que foi. Poderia até surgir na cabeça de terceiros a ideia de revolta ou quase terceira idade sem causa. Balancei a cabeça e enxerguei resquícios de campanha política daqui de Salvador e mais uma vez me voltei para a senhora que pensava meio que longe dessa rota. Pude afirmar que o poder na Bahia e em outras freguesias é quase visto como hereditário, já que o que se bem observa ou observo nos muros que passam por minha condução, são cartazes políticos de pessoas com nome em diminutivo ou que induzem a tal característica.

Celsão pai, apoia Celsinho filho. Jota carlos pai apoia Jotinha Carlos filho, Sanchizão pai, apoia Dudinha Sanchizinho e, de chance em chance vai se abrindo portas para a hereditariedade política dos tempos de D. Pedro I, II e Princesa Isabel. espiritualmente, ACM avô apoia ACM Neto. Às vezes, a máxima einsteinhana plagiada aqui, se você gera políticos, haverá o poder de reação e assim, Brito filho apoia Edvaldo Brito pai e assim os argumentos se encerram e volto para dentro de mim  e vejo que realmente acordei com o ar pessimista de enxergar algumas nonsenses e quem está ao lado nem se preocupa com as falas, querendo apenas chegar em sua rota definida e...Eu já cheguei em meu ponto.


8 de outubro de 2012

Todo herói acaba se tornando um chato?




VEM SEMPRE EM MINHA MENTE A FRASE SÍNTESE E SIMBOLÓGICA

Com um texto rápido e sem circulação de ideias e ao mesmo tempo circulando por vários municípios que afinam em meu pensamento, não consigo entender e ao mesmo tempo entendo rápido como os quase primeiros municípios que o PT alcançou a gestão democrática há oito anos atrás ou pouco antes, fizeram-se cansados nas eleições recentes. Não consigo entender por exemplo, o caso Alagoinhas, que quando o PT saiu da gestão executiva com Joseildo, foi sim, em boa sintonia com a população e certo de que numa outra ocasião voltaria e o povo estaria esperando de braços abertos. 
Acontece que os cenários são outros e os contextos se diferem. Na mesma história, há de se perguntar por que o candidato a vereador Radiovaldo, se mantém forte diante das organizações sociais de Alagoinhas e que sempre se enche de boa votação e pouco ou quase nunca é escolhido para ser o gestor executivo de Alagoinhas., na democracia partidária.

VEM SEMPRE EM MINHA MENTE A FRASE SÍNTESE E SIMBOLÓGICA

Em Maragogipe, o colega Ataliba não conseguiu fazer seu sucessor e nem vou analisar a fundo para entender que se foi em função de pouco ter se discutido com o partido e, por pensamento próprio, fez indicação daquele que estava mais ao seu perfil de ter facilidades de acesso.
Em Cipó, alguns membros do PT até que tentaram fazer com que ocorressem diálogos para a escolha do candidato do partido. Assim, por conta própria e sem consulta ao partido e já com o nome no pensamento, o colega Jailton pode apresentar o candidato dele a população e esta não recebeu com boa sintonia. Não pela pessoa do candidato, mas, a maneira como foi apresentada, onde justificou que algo lluminou sua mente e sem pestanejar na noite de insônia, disse ser Zé Roberto o candidato, utilizando-se de martelo para bater e consolidar o nome nos cantos e centros do município.

Juntando tudo, tudo se transformou numa situação de rotina, de mesmice e de mandos e assim, VEM SEMPRE EM MINHA MENTE A FRASE SÍNTESE E SIMBOLÓGICA a ideia de que todo herói acaba se tornando um chato, vale para esse momento da história e fica a sensação de que imposições, ausências de diálogos e coisas assim, ferem o brilho dos que torcem para as coisas darem certas terminam por achar que por pior que seja, o outro lado da história tem o que se criticar e o que se construir.

AINDA HÁ TEMPO DE DIÁLOGOS, DE ENVOLVIMENTO, DE CONFLUÊNCIAS DE IDEIAS E, ACIMA DE TUDO, REPENSAR AS ESTRUTURAS DE CADA UM QUE CONSIDERA SER O DONO DA RAZÃO COM TENTATIVAS DE MUDAR O MUNDO NUMA VISÃO UNICÊNTRICA.

Não me vejo em outro partido...Noure