9 de fevereiro de 2011

Noure Cruz comenta:

Revisitando alguns arquivos agora a tarde, quatro bons amigos vieram pelas imagens, nas boas lembranças do Assentamento rural do Pioneiro.


IRMÃ CONSOLATA: Todos os dias pela boca da noite, era comum o motorista do carro da paróquia buscar a linda freira que hoje está no ceu e depois nós íamos tirar xerox de textos e interagir com os bons alunos do Pioneiro, com idade entre 10 e 90 anos.

NUTO: Também descansando no ceu, que mesmo com mãos trêmulas, participava ativamente das aulas, assim como todos os presentes que brincavam até às 22 horas de aprendizagem e sendo bons atores de teatro, quando encenavam Morte e Vida Severina e iam para a Igreja ou nalgumas cidades, fazendo apresentações. Pobre de seu Zé Zaroio que falei assim na igreja: quando eu acenar com o braço, o senhor pode baixar as mãos. E não foi que esqueci e ao final da missa, lá estava seu Zé Zaroio olhando para mim com as mãos pra cima e pra baixo.

DONA BENIGNA: E que coisa linda de se brincar. Eu dizia: Diga Árvore. Ela respondia: avre. Não dona benigna: á.r.v.o.r.e. Ela: avre. E não tinha jeito mesmo e o errado estava no meu jeito, querendo malinar na linguística da mentalidade dos tempos. Mas, numa reportagem, a mesma falara que lá era tudo parecendo bicho mesmo sem alegria e, as aulas deram felicidades ao local. Lembrei de Fabiano de Vidas Secas: Fabiano! Você é um homem.

O PIONEIRO: Inicialmente eu e Irmã Consolata e depois, minhas irmãs, a esposa e cunhada que de igual maneira, pelo crescimento da turma, aliaram-se a esta empreitada e continuaram nesta linda jornada pedagógica. E deu certo. O gerente do banco satisfeito e todos alegres por não precisarem mais colocar o dedão no lugar da assinatura de documentos.

Sem falar de meus alunos que muitas vezes dormiram no assentamento, (inicialmente precisando de notas, é claro, rs), fazendo coisas fora do normal deles, como, arrancar aipim pelas quatro da manhã, tomar café de pilão e passar milho no moinho. Alguns levavam às escondidas, biscoitos achocolatados, mas, descobertos, os biscoitos tinham destino certo: alimento para as galinhas e outras aves. Muitas eu soube pelos amigos do assentamento, que morreram de diabetes, dado o alto teor de açúcar, mas, aí, é uma outra história.
 
Também para uma lembrança geral, envio este vídeo:

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