18 de agosto de 2020
26 de maio de 2020
UMA VIAGEM AO MAL DO MILÊNIO
Quando Dércio Marques,
Cantador e poeta disse
- Esse tempo de vinda tá perto de vim,
Penso antes de ler o próximo refrão:
Não é que chegou!
Chegou e expandiu-se pelo mundo.
Como dedos fincados nos androides
Dos celulares terráqueos.
Quando no Gênesis,
Registrou-se o Dilúvio
Foi em lugar distante
Mas, lá era o mundo
E naquele mundo
Noé salvou as espécies em dupla.
Quando na Idade Média
A doença espalhou-se pelo Mundo
Havia o refrão:
Depois da Fome, a Peste como.
E o Mundo era a Europa
Da Guerra dos cem Anos.
Quando a Tuberculose
Era no Mundo a bola da vez
O Poeta chorava
E em seu Mal do Século
Poderia ouvir Álvares de Azevedo
Em sua extrema unção
"Se eu morresse amanhã
Viria ao menos fechar meus olhos
Minha triste irmã
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã."
Quando a Gripe Espanhola
Saiu dos Estados Unidos
Pegou em cheio
A Primeira Guerra Mundial
Veio pelo Mundo
O Refrão de advertências:
"Se estais resfriado amigo
Não chegue perto de mim"
Quando a Aids explodiu
O Terra já era pequena
Pois o Mundo ampliou-se
Cazuza foi vítima
E muitos outros
E dele entendemos o refrão
"Se você quer saber
Como eu me sinto
Vá a um laboratório
Ou Labirinto"
O Mundo da África
Fez-se Mundo com o Ebola
E a ONU também alertou
“Devemos aprender as lições do Ebola
Desenvolvendo melhores sistemas de alerta
E de resposta rápida.
Os países precisam se preparar
Para a próxima epidemia, que certamente ocorrerá”.
O Mundo da China,
Chegou o Corona Vírus
Só que o mundoi
Ampliou-se em rede
Em relações
Em idas e vindas
Em migrações e
De lá, rompeu mundos
Continentes
Brasil
Bahia,
Cipó
Milium
Mil e tantos casos
E seguiremos em alertas
Na máxima consciência
Em contraposição
Ao mal exemplo de nosso representante
O Presidente Bolso de Ditadura
Que não tem reflexões
Consciência
Nem texto
Nem poesia.
Aliás, o atual governante
É o Próprio
Mal do Século XXI,
Que arrasta o país
Para a ridicularização
Lá fora
Aqui dentro.
De qualquer forma
Este é o nosso tempo
E como disse Renato Russo
"Temos nosso próprio tempo."
Tempos Perdidos.
Noure Cruz
11 de maio de 2020
remANAScentes Várzea Grande
Entra Bruno com máscara cantando e repetindo três
vezes...
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Entra Rê com máscara e fala assustada
Quem disse que Ana mora na cacimba?
Ana somos todos nós e moramos aqui.
Entra Bruno com máscara cantando e repetindo duas
vezes
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Entra Tate com máscara e grita
Quem disse que Ana mora na beira do riacho?
Ana somos todos nós e moramos aqui
Entra Bruno cantando e repetindo uma vez...
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Entra Valmira com máscara, a Bíblia na mão e fala
calmamente
Ana não mora nem na cacimba nem na beira do rio.
Ana mora dentro de cada uma de nós
Nos atos da fé, do amor ao próximo.
Entra Bruno e o coro formado pelas quatro meninas,
Maciele, Vovó, Hilary e filha de Xuxa.
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Entra Géssica gritando
Anas, Anas, Ô Anas venham cá. O pessoal chegou pra
fazer mais uma entrevista das redes de nó. De inscrever no CRAS. O trator ta
chegando pra arar a terra. Vamos sonhando que a nossa realidade é longa.
Entra Bruno cantando com voz lenta e cansada
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Entra Dete com máscara e o cigarro na boca.
Vocês viram Ana hoje?
Oh Ana! Vamos a cacimba pegar água pra beber
Oh Ana! Vamos ao riacho do Rio Quente pescar
Oh Ana! Vamos catar cambui, jurubeba
Entra o coro de três crianças com máscara cantando
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Chega Ana
Eu sou Ana
Meio doentia
Mas, acreditando no tempo.
Meus filhos moram aqui
Meus pais moram aqui
Meus irmãos moram aqui
Meus netos moram aqui
Um cantador andou perguntando por mim
Eu tava na cacimba
Tava no riacho
E da Várzea Grande só saio pro cemitério.
Entra Fabricio falando
Como somos ricos!
Como somos alegres!
Trabalhamos para nossa satisfação do dia
Como temos Anas!
Somos puros em felicidades
Não tivemos muitos estudos por aqui
Há exploração
Na prefeitura!
O pouco que temos
Em oportunidades
Somos garis
Entregadores
Mas, temos carroças
Temos pedreiros
Temos pintores
Serventes e acima de tudo
Temos sonhos,
Temos solidariedades
E não faltam as Anas.
Marias, Quincas
Clarindo, Chicas
Arlindos e Cândidos.
Quer mais?
Entra Bruno Cantando
Ana mora na cacimba
Na cacimba ê
Ela mora na beira do rio
Na cacimba ê
Foto cedida gentilmente peloTalbert Igor de sua Galeria Flickr Talbert Igor. Na foto a imagem de Ana de Jesuse neta. Quilombola da Várzea Grande - Cipó- Bahia
Foto cedida gentilmente peloTalbert Igor de sua Galeria Flickr Talbert Igor. Na foto a imagem de Ana de Jesuse neta. Quilombola da Várzea Grande - Cipó- Bahia
Por Noure Cruz, Cipó- Bahia
6 de maio de 2020
Um olhar sobre a labuta política
Gostaria que tivesse um motivo para não acreditar e
acompanhar Lula. Sugiro que não me fale do sítio e do tríplex. Outra sugestão é não citar o MST como
baderneiro. Se possível não relembre as falsas fazendas dos filhos de Lula. Não! E a sugestão mais necessária é que não chegue
a pronunciar essa falácia da Direita de que apoiamos o Bandido-Mor.
Moro, suas
companhias e CIA arquitetaram planos americanicidas para agradar uma elite brasileira
e o próprio, que se perdeu no tempo com interesses de manipular o Brasil em nome do PSDB
que se afundou nas verdades paralelas e, ai sim, comprovadas pelas imagens dos
rios de dinheiros sendo transportados na calada da noite pelos bem chegados do ”Aécio
Pêessidebista” e ao longo de pouco tempo deu espaço para a tirania Bolsonarista
miliciana que comprovamos diuturnamente
através de suas loucuras com odores dos militares AI-5.
Lula saiu da prisão! Fortalecido e rejuvenescido como se o
tempo parasse por lá enquanto escrevia o seu Diário do Cárcere. Saiu com a
liberdade que sempre teve em distribuir sonhos, multiplicar exemplos, dividir
solidariedades e lembrar-se das realidades construídas por seus sonhos ao longo
de sua história. Gostaria de conhecer algo que governasse o país bem melhor que
Lula. Já percorri por todo o histórico do País e veio rapidamente à imagem de Getúlio
Vargas, João Goulart. Rapidamente criou-se uma nebulosa e reapareceu a imagem
de Lula, de Luis Inácio Lula da Silva. O maior e melhor presidente do Brasil.
Daí curvo a mentalidade para o meu interior. Do interior que
tenho de origem, cipoense que sou das terras do Vale do Itapicuru e Nordeste
da Bahia. Vem o tempo de eleições e já imagino orientações de minha consciência
no sentido de autoquestionamentos: - Qual o caminho da célula municipal política
que mais se aproxima da esquerda nacional com seu modelo singular e ênfase em
Lula? É nessa pegada que vejo Cipó, a Bahia, o Brasil e o mundo.
23 de abril de 2020
RÁPIDA LEMBRANÇA DO MUNDO DOS FILETTI.*
Sob a cajarana era comum a chegada do reisado nos tempos de vó Carrola. Não sei ao certo a idade de minha bisavó e sei apenas que eu tinha uns seis anos. Lá morava Vó Mariquinha, matriarca pela linha patriarcal. A lembrança bem leve de Vó Carrola era sobre uma cadeira em frente à casa e por incrível que pareça a lembrança, não existia alpendre na casa, exceto uma pedra em forma de batente e degrau que vó Mariquinha usava logo após o almoço cuja sobremesa era uma cuia de farinha com rapadura a comer no referido batente sombreado que se avistava uma espirradeira e os coqueiros que nunca saíram da paisagem e se for lá agora, lá enxerga. A sombra da tarde coincidia com a casa construída numa posição tal que o sol em seu crepúsculo escondia-se a oferecer uma sombra fresca. Colaborava com esse cenário a cajarana florescente em posição que hoje fica a sala de minha residência. De forma sazonal, a cajarana tinha seus segredos como todas as plantas. Éramos obrigados a nos afastar pela chegada da lagarta de fogo. Meu filho Bruno conviveu o ano de 2018 nessa roça e descobriu que as lindas borboletas são as provocantes lagartas alimentadoras de folhas em uma fase da vida e, todos passam por fases e não importa o reino se animal ou vegetal. Não sei a data da chegada do reisado. Há uma certeza de cenário que, ao entardecer, como falara antes, Vó Carrola postava-se na cadeira e ao redor e nem sei das origens, enxergava umas vendedoras a chegar com bolinhos de ovos feito em formas pequenas e doces tipo cordão de balas enrolados em papel manteiga que mais tarde, morando numa das catorze casas que peregrinei com minha família, vi D. Marcolina a fazer as saudosas balas na Rua da Salgadeira em frente a D. Adalgisa. Hoje nem posso degustar tais balas e nem se se fabricam mais. Outro dia quando um cliente apareceu em meu trabalho e disse que tinha uma moagem de cana que não fazia mal a diabetes pude encomendar duas rapaduras e um melaço e daí que eu e mão moderadamente degustamos, não obstante, com receio e ressalvas. Um foguete aqui e outro acolá em espaços pausados dava o tom de que ali estaria a acontecer algo simples como a mentalidade cultural bucólica aceita. Não sei das lembranças de existência de cães. Havia um de nome Boto e era assim seu nome por entender que no tempo de lá atrás, dar nomes de peixes aos cachorros era sinal de que não ficaria azedo e em outras palavras, não contrairia a raiva que eu acho que nem era desse mal já que uma das características dessa doença é girar, girar e girar tipo, a sinomose que está frequente nos dias de hoje. Sei que era uma doença que o cachorro saia em disparada e linha reta pelos campos e cidade sem rumo nem rota definida até a chegada da morte e quando não naturalmente, de pauladas pelos que corriam atrás em gritos de cuidado com o cachorro azedo. Boto se foi e nem sei como. Ficou não só esta lembrança em mim. O grito de Tio Nelito em tons de caatinga no chamado de Boto, Booooto, ou boto, vem em mente como se fosse o momento de hoje. E lá vinha Boto sabendo que teria uma missão de pegar algo em forma dos restos de comida com fartura na quarta feira a tarde com a chegada de Tio Nelito do açougue ou pegar algum animal e que mudava a expressão para queu Boto, pega.
São tantas lembranças que poderiam criar tangências para outros textos. A prova dessa situação está no sentido de que meu foco de digitação e lembranças estava na chegada do Reisado e nada além e só agora que me dei conta de que devo retomar essa fala do cenário folclórico.
Sentada em sua cadeira, Vó Carrola já ouvia pelo eco do Riacho do Rio Quente como costumamos chamar, o estampido de um foguete e as gaitas e zabumba em boa sintonia com o cenário da caravana e da cajarana. Desciam da Avenida, pequeno vilarejo mais próximo do Riacho do Rio Quente e aos poucos chegavam passando sobre as manilhas que formam a ponte limítrofe entre Ribeira do Amparo e Cipó. A proporção que avançavam teriam que descer por outra estrada em função do riacho não estimular o acesso ao corredor que se esbarrava nele. Criava-se um aspecto maior de ansiedade e meninos que éramos a jogar furão, brincar de garrafão e soldado ladrão, tínhamos a missão de escutar tamanha sinfonia rural marcada pelo toque da zabumba. Agora e próximos uns 70 metros estavam os gaiteiros e a cadeira de Vó Carrola. A música para São José, oh de Casa, Oh de fora era a condução para o mundo do entrosamento entre quem esperava e quem chegava e o pode entrar era certeza de que a festa estaria só começando num mundo cheio de simbologias e pertencimento.
Fazendo o texto, fica uma impressão de que aquele tempo continuou com o enveredamento de minha família. Criamos raizes, provocamos o reconhecimento das comunidades quilombolas, a citar a Varzea Grande, vizinha ao mundo dos descendentes de Vó Carrola e um dos meus filhos, o Bruno, essa expressão de colocar o artigo na frente é comum da Boa Hora, povoado de Ribeira que deu origem a minha mãe Ermita. Sim, o Bruno tem fortes raízes e se diz incorporado ao mundo de Vó Carrola e em seu aniversário que por coincidência ser dia 22 de Agosto, quando comemorado não falta a reza e os gaiteiros. Lucinha, a esposa, nessa fase da vida quer replanejar-se e dar aula na comunidade da Várzea Grande, como fazia pai e quer até colocar o nome desse Projeto de Nivaldo Cruz bem como o nome de um ranchinho que adquirira ao lado, do primo querido Bonifácio. O Breno, o outro filho não tem jeito de gostar da roça e morar nela. Eu sempre digo que será meus últimos anos de vida e nem sei se dias. Anos por em função das vivências divinas e de expectativa de vida, faltam ai uns 20 ou 25 anos de vida e se for antes e longe disso, só se for por doença ou fatalidade. Para não mudar o foco fica aqui o momento de lembranças dos gaiteiros e Vó Carrola.
*Filetti é uma linha da origem de nossa família. Dizem ser Filete. Como tem aroma de migrações,
italianizei para Filette.
Sob a cajarana era comum a chegada do reisado nos tempos de vó Carrola. Não sei ao certo a idade de minha bisavó e sei apenas que eu tinha uns seis anos. Lá morava Vó Mariquinha, matriarca pela linha patriarcal. A lembrança bem leve de Vó Carrola era sobre uma cadeira em frente à casa e por incrível que pareça a lembrança, não existia alpendre na casa, exceto uma pedra em forma de batente e degrau que vó Mariquinha usava logo após o almoço cuja sobremesa era uma cuia de farinha com rapadura a comer no referido batente sombreado que se avistava uma espirradeira e os coqueiros que nunca saíram da paisagem e se for lá agora, lá enxerga. A sombra da tarde coincidia com a casa construída numa posição tal que o sol em seu crepúsculo escondia-se a oferecer uma sombra fresca. Colaborava com esse cenário a cajarana florescente em posição que hoje fica a sala de minha residência. De forma sazonal, a cajarana tinha seus segredos como todas as plantas. Éramos obrigados a nos afastar pela chegada da lagarta de fogo. Meu filho Bruno conviveu o ano de 2018 nessa roça e descobriu que as lindas borboletas são as provocantes lagartas alimentadoras de folhas em uma fase da vida e, todos passam por fases e não importa o reino se animal ou vegetal. Não sei a data da chegada do reisado. Há uma certeza de cenário que, ao entardecer, como falara antes, Vó Carrola postava-se na cadeira e ao redor e nem sei das origens, enxergava umas vendedoras a chegar com bolinhos de ovos feito em formas pequenas e doces tipo cordão de balas enrolados em papel manteiga que mais tarde, morando numa das catorze casas que peregrinei com minha família, vi D. Marcolina a fazer as saudosas balas na Rua da Salgadeira em frente a D. Adalgisa. Hoje nem posso degustar tais balas e nem se se fabricam mais. Outro dia quando um cliente apareceu em meu trabalho e disse que tinha uma moagem de cana que não fazia mal a diabetes pude encomendar duas rapaduras e um melaço e daí que eu e mão moderadamente degustamos, não obstante, com receio e ressalvas. Um foguete aqui e outro acolá em espaços pausados dava o tom de que ali estaria a acontecer algo simples como a mentalidade cultural bucólica aceita. Não sei das lembranças de existência de cães. Havia um de nome Boto e era assim seu nome por entender que no tempo de lá atrás, dar nomes de peixes aos cachorros era sinal de que não ficaria azedo e em outras palavras, não contrairia a raiva que eu acho que nem era desse mal já que uma das características dessa doença é girar, girar e girar tipo, a sinomose que está frequente nos dias de hoje. Sei que era uma doença que o cachorro saia em disparada e linha reta pelos campos e cidade sem rumo nem rota definida até a chegada da morte e quando não naturalmente, de pauladas pelos que corriam atrás em gritos de cuidado com o cachorro azedo. Boto se foi e nem sei como. Ficou não só esta lembrança em mim. O grito de Tio Nelito em tons de caatinga no chamado de Boto, Booooto, ou boto, vem em mente como se fosse o momento de hoje. E lá vinha Boto sabendo que teria uma missão de pegar algo em forma dos restos de comida com fartura na quarta feira a tarde com a chegada de Tio Nelito do açougue ou pegar algum animal e que mudava a expressão para queu Boto, pega.
São tantas lembranças que poderiam criar tangências para outros textos. A prova dessa situação está no sentido de que meu foco de digitação e lembranças estava na chegada do Reisado e nada além e só agora que me dei conta de que devo retomar essa fala do cenário folclórico.
Sentada em sua cadeira, Vó Carrola já ouvia pelo eco do Riacho do Rio Quente como costumamos chamar, o estampido de um foguete e as gaitas e zabumba em boa sintonia com o cenário da caravana e da cajarana. Desciam da Avenida, pequeno vilarejo mais próximo do Riacho do Rio Quente e aos poucos chegavam passando sobre as manilhas que formam a ponte limítrofe entre Ribeira do Amparo e Cipó. A proporção que avançavam teriam que descer por outra estrada em função do riacho não estimular o acesso ao corredor que se esbarrava nele. Criava-se um aspecto maior de ansiedade e meninos que éramos a jogar furão, brincar de garrafão e soldado ladrão, tínhamos a missão de escutar tamanha sinfonia rural marcada pelo toque da zabumba. Agora e próximos uns 70 metros estavam os gaiteiros e a cadeira de Vó Carrola. A música para São José, oh de Casa, Oh de fora era a condução para o mundo do entrosamento entre quem esperava e quem chegava e o pode entrar era certeza de que a festa estaria só começando num mundo cheio de simbologias e pertencimento.
Fazendo o texto, fica uma impressão de que aquele tempo continuou com o enveredamento de minha família. Criamos raizes, provocamos o reconhecimento das comunidades quilombolas, a citar a Varzea Grande, vizinha ao mundo dos descendentes de Vó Carrola e um dos meus filhos, o Bruno, essa expressão de colocar o artigo na frente é comum da Boa Hora, povoado de Ribeira que deu origem a minha mãe Ermita. Sim, o Bruno tem fortes raízes e se diz incorporado ao mundo de Vó Carrola e em seu aniversário que por coincidência ser dia 22 de Agosto, quando comemorado não falta a reza e os gaiteiros. Lucinha, a esposa, nessa fase da vida quer replanejar-se e dar aula na comunidade da Várzea Grande, como fazia pai e quer até colocar o nome desse Projeto de Nivaldo Cruz bem como o nome de um ranchinho que adquirira ao lado, do primo querido Bonifácio. O Breno, o outro filho não tem jeito de gostar da roça e morar nela. Eu sempre digo que será meus últimos anos de vida e nem sei se dias. Anos por em função das vivências divinas e de expectativa de vida, faltam ai uns 20 ou 25 anos de vida e se for antes e longe disso, só se for por doença ou fatalidade. Para não mudar o foco fica aqui o momento de lembranças dos gaiteiros e Vó Carrola.
*Filetti é uma linha da origem de nossa família. Dizem ser Filete. Como tem aroma de migrações,
italianizei para Filette.
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