POR ARTEMÍSIA
Mais uma trilha, mais uma emoção
Na noite anterior eu, kalius e Altemar ficamos acordados
estudando as localizações dos lugares e pontuando cada um dentro da nossa
linguagem, para que dessa forma facilitasse a trilha... kailus seria a bússola
da nossa equipe. Kkk. O dia surge com a insistência de Lavinia em querer ir
para Trilha e eu quase desistindo pois, não iria com ela de moto. Acertei com
Waalas: depois do baba Sairíamos rumo a várzea com o nosso rascunho em direção
ao primeiro ponto onde o mapa mostrava. Só que a casa estava fechada porém, fui
avisada que estavam à espera em outra casa: a casa de Jessica...
Afinal e quem éramos? Ao chegar lá, estavam sentados em um
banco, com grande expectativa com os olhos arregalados e um sorriso tímido, uma
mesa com saco de pão, uma garrafa der café e diziam sejam bem vindos...
Cheguei, chegando, e quando meus olhos encontraram o de
Jessica, voltei ao tempo e vi aquela menina que tirava o meu juízo...
Junto com mais três alunos...A cada passo que eu dava ouvia
Jessica dizendo: ‘’ Não disse que era a professora Artemísia. É ela, é a mesma,
nunca mudou, a mesma do projeto Renascer... E naquele abraço apertado, agradeci
ao Senhor por minha essência não ter se perdido nesse mundo de meu Deus.
Altemar enquanto isso era abraçado por suas alunas, e as fofocas e gargalhadas,
fez daquele lugar um tsunami de questionamentos, e declarações e desabafos.
Kaius, esse estava observando os momentos em silencio, para
capturá-los. Ouço de Jessica “Ai de Nouri que não trouxessem vocês aqui.” Era
imensa a alegria em recebermos. Lavínia ao encontra aquele povo todos da mesma
cor em uma situação de abandono me questiona. Mãe a trilha é aqui? Sim Lavínia
começa aqui. Pensei em não explicar nada, e fingir que não percebia seu olhar
de insatisfação. Entre abraços conversas de como havia conhecido Nouri, ouvi as
preocupações, as condições de vida precária, o desespero, pois, o poço
artesiano está se acabando, a preocupação com uma vala de lixo onde fica os
porcos e as crianças tem a acesso. Em fim o lado triste desse povo guerreiro
pedindo socorro, e a sociedade omissa, juntos com os seus políticos de
temporada. Percebi dois olhares se encontrando e um riso fluindo era uma menina
negra linda com seus cachos e olhos aboticados filha de Jessica, sorrindo para
minha filha de pele branca, com olhos pequenos também com seus cabelos
cacheados. E naquele momento percebi que ela havia se encontrado, com o riso e
uma única verdade. “Que somos todos iguais independe de cor, raça, religião e
condições financeira” elas corriam rumo ao segundo ponto em uma liberdade e
cumplicidade incrível e junto com outras crianças que peregrinavam com seus
pais. Foram dispostos a nos revelar o encontro do rio com o riacho. Deparamos-nos
com uma vasta caatinga, segundo Jessica aquele cenário tinha sido morada da
facção de Alagoinhas onde viveram dias de terror. ‘’ Minha filha nasceu fora da
hora devido aos tiros e o medo, a polícia invadiu e ficou aqui. “Não tínhamos
acesso, só queríamos que hoje o proprietário cercasse para isolar a gente disso
tudo, sentia muita vergonha em dizer que eu morava aqui”. Sobre voltar a
estudar... ‘’ Eu gostava até de estudar, mais nunca tive condição, iria me
formar para que? viver aqui e assim? “ Altemar respondeu: Agora hoje tudo é
mais fácil, você consegue fazer a faculdade de graça Laura complementou é
verdade. Depois de passar por cercas, carrapichos, cansanção. És que aparece
uma água límpida, um belo cenário de filme e na sequencia ouço os gritos de Lavínia.
“Mae obrigado por ter me trazido, ainda
bem que insistir para vim, obrigado” Cenário inigualável, como era possível, a
gente aqui querendo conhecer outros mundos com um mundo lindo ao nosso alcance.
Sem definição, sem adjetivo, contemplação em êxtase assim estávamos. kalius e
Altemar viajavam nas suas câmaras de celulares registrando o momento do meu
encontro com a água . Depois dos banhos, e risadas voltamos e passamos em Tuca
para vê-la chupar um geladinho. Foi então que fui conhecer um senhora ao lado
que dizia “Não quero fotos, estou feia’’ Viemos a mandado de Nouri. A senhora
conhece Nouri? Com um abraço apertado olhando nos meus olhos disse ‘’Nouri é
tudo pra gente aqui” Por que ele não veio? Ele vira breve, assim respondi. Hoje
ele só está presente através dessa galera. Ao partirmos para o terceiro ponto
encontramos Brígida com uma mesa posta esperando a gente, um lindo quintal com
pavões a sua volta, cheio de maquinários, e a arte em cada canto da casa, como
diz Lavínia “parece casa de Novela antiga, mais é muito linda “o descobrir de
Lavínia me dava a certeza que aquele domingo estava sendo mágico e
inesquecível. Entre carros, motos, e buzinas fomos rumo ao quarto ponto direto
ao Engenho da barriguda... Luana gritava oi você conhece o Nouri kkkkk . Mais a
certeza dos pontos não falhava kalius insistia e dizia “É aqui, ele conheça
Nouri ou não “ kkkk .Entramos ouvi o Senhor explicar como funcionava aquela
engenhoca, simulamos ser alguns bois, para entender o passo a passo para se
fazer o doce mais complicado, o alimento do pobre com farinha no sertão, a
saborosa e doce raspadura de cana. Fomos ao quinto ponto buscar o riacho do rio
quente, como no mapa dizia que o ponto era na curva do U, pulamos cerca, tira
sandálias, coloca sandálias volta para pular outra cerca e ai ouço Lene que diz
“ali é minha casa e no fundo tem uma cacimba, só que eu vi tem 33 anos” Jesus
como o trabalho nos escraviza da simplicidade e do prazer. Depois, de abrir e
fechar mato concluímos onde seria o ponto, e depois de muitas risadas e fotografias
fomos rumo para o ponto seis só que antes tivemos que parar para abastecer o
carro. Gasolina? Não! cervejaaaaaa kkk. Entre milharal se escondia, uma
maravilhosa arquitetura em estilo medieval, um filtro grande era assim que eu o
via quando subia nas árvores do quintal de casa. Agora estávamos ali, diante
daquela arquitetura em êxtase parados, maravilhados. Depois de contemplar por
fora fomos ao seu interior, os exus atrapalham na subida de muitas, eu minha
pressão não permitia subir mais, porem como diz Robério: Foi a melhor
experiência da minha vida” Entre estradas e árvores partimos pelo Mulungu I. Fomos
almoçar na cutia lá no Bar do joval. Chegamos lá o tempero irresistível de 3
galinhas que wallas havia encomendado entre som, sinuca, cerveja e trilha,
trilhamos até a casa de Nai para um desafio surpresa, pegar Dona.Loura nos
braços. Entre rodas de carro, e moto, dois estouros de bomba. Eram os pneus do
meu carro indo para o ralo...E ai começou a saga tira pneu, coloca pneu, vai
buscar pneu. Depois de descansarmos no bar do Deto. Enfim o mecânico Wallas ,
Rafa e Fred fez com que seguíssemos o caminho. Ao chegar fui logo atrás de Dona
Loura, pois, já sabia do seu comportamento, resposta na ponta da língua e não
me assustaria com qualquer uma delas. Ao entra em sua casa me disse: “Deixa eu
vestir uma calcinha” kkkkkk depois de muita luta, enfim conseguimos convencê-la
e para não ficar com zero na prova ela fez o nosso dez acontecer e nos braços de
Robério se jogou... E podemos registrar esse momento em uma bela fotografia. Fomos
atrás do famoso Quito. Ao entrar na sua humilde casa fomos recepcionados por
mais de quatro cachorros de estimação. Seu Quito estava lá muito prestativo,
emocionado porem sem ter o que fazer pois, seus instrumentos para fazer suas
danças mirabolantes não se encontravam,registramos o seu aió de pesca, sua
carroça, seus animais e sua esposa mais e ali ficou mais um momento para nossas
lembranças. A casa da Lena no mapa diz que é essa a casa para minha surpresa era
casa da família de Mundinho e Nilda ... O satélite não falho nem Kalius também
kkk. Família conhecida qual tenho um enorme carinho. Fui entrando com à intimidade
que mim é permitida e encontrei Mundinho tirando uma madorna no sofá. O acordei
e convidei para conhecer resto dos
trilheiros das aventuras de Nouri.
Ao conversarmos o motivo de estar ali, pedi que ele nos
mostrasse seu santuário, e ele mesmo permitiu que eu fosse abrir a porta da
capelinha. Ao abrir a porta encontrei um santuário regado de fé, amor e
esperança. Seguimos viagem para o encontro de Dona Marieta. Essa também conheço
como organizadora dos batuques dos jogos da Canoa. Ela convidou duas amigas e o
som do pandeiro das palma e o tambor me fez viajar para cozinha de minha Vó
Maria Crescencio e dançar com ela como um dia fiz...E ali esperamos a tarde
começar a ir embora. Seguimos para ponte quebrada e lá estava a calmaria e um
divino pôr do Sol. Calmaria que só era quebrada por nossas vozes, o barulho dos
passos nas águas.
Ali era um lugar de lembranças muito a família de wallas
fazia piquenique com farofa de ovo, café , arroz ,linguiça e raspadura. Nem
sonhávamos com as lasanhas e tão pouco com os restaurantes kk. Aquele lugar
continuava mágico e tantas vezes foi testemunha do meu amor e de wallas. Pensei
até em relembram os bons momentos kkkk . Cenário perfeito, assim como seu
criador! Fomos rumo à casa das mulheres de popas... Precisávamos esta pronta
para a premiação dessa incrível, cansativa, inebriante e maravilhosa trilha. Ao
chegar fui recepcionada por uma menina e uma moça, que dizia não ser lá a casa
das popas, mais Kalius apostava que sim, pois, nem o mapa nem ele estavam errados.
Depois de conversarmos, e dar risadas apareceu D.Detinha confirmando que o
vereador Nouri quem gostava de vê esse penteado que me fez lembrar os de
D.Maria de Bó... Certeza que ali era o lugar. Todas as mulheres entraram para
se produzirem, depois de popas prontas a foto final, para registrar um dia de
domingo em um salão ao ar livre, com pessoas encantadoras e alegres. Juntos
seguimos para casa com um cansaço, com risos, e uma sensação única e
inexplicável... “Esse foi o domingo” Amizades construídas rumo a próximas
trilha #trilheirosemaçao#
(Artemísia - Trilheira)
Do sonho
chegou o projeto:
TRILHAS CIPOENSES A
postagem é por ordem de chegada. De
momento em momento vou postando através do meu blog que faz parte do projeto.
Os nomes serão colocados de acordo com o facebook já que tudo é através dele.
Na trilha que começou na Várzea Grande, passou por Ribeira, pelos Rios
Quentes e Itapicuru, Mulungu, Nai e Loura do Candomblé, Quito das gaitas, a
Lapinha de D. Helena, o Samba de D. Cabocla, a Ponte da Passagem, as meninas de
popinhas. Muito parabéns a assessoria formada por Luana Garcia (motivação),
Maria Emilia, Ronald Anunciação, Brígida Rodrigues, Comunidade da Várzea Grande.
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