29 de agosto de 2017

01- TRILHA MARIQUINHA MARISQUEIRA - Trilhas Cipoenses


Como fazer essa trilha?

Saia de Cipó após um banho na cascata, segue em direção a estrada da Ribeira e mais ou menos dois quilômetros deixa o carro ou moto ou bicicleta, menos os pés, no Restaurante Chapéu de Couro. Daí anda um pouco até a Comunidade Quilombola da Várzea Grande e procura por três guias para ver a disponibilidade. Se quiser que uma percussão faça acompanhamento cantando coisas de raízes, pode pedir. Os meninos já ficam de prontidão. A coisa mais importante é você ser responsável pelo meio ambiente que estará visitando e as pessoas. Essa trilha é importante fazer com no máximo seis pessoas para sentir as águas, os medos, os peixes e a TRILHA MARIQUINHA MARISQUEIRA. Nome em homenagem a uma grande pescadora no  Riacho de nome Rio Quente. Peça que os guias levem um aió ou arpão para pescaria. O valor do passeio de três horas, mais ou menos, deve ser pago antes de ganhar a trilha no prazer de viver o dia sem stress e com poesia.
Abaixo, o texto de uma trilheira Yvinha, sobre as impressões dessa bela trilha ao lado de duas parceiras: Verbena e Jainara. (Noure Cruz)

MARIQUINHAAAA...
Ô de casa! Quem é Ô de fora? É a turma da trilha... A do Nouri. Pois pode entrar e sentar... E foi dessa forma típica e carinhosa que fomos recebidos pelas Mariquinhas em nossa trilha cipoense o qual demos o singelo nome "Trilha Cipoense, conhecendo nossa história " ou simplesmente " Trilha do Nouri" e o oficial: TRILHA DA MARIQUINHA MARISQUEIRA.

Em todos os cantos por onde andamos ouvimos histórias lindas e tristes, mas mesmo as tristes havia poesia. Poesia de que traz consigo o dom da adivinhação, poesia da vida que está prestes a ir por ter tido o privilégio de viver 100 anos e que no momento sente - se com três ao se sentir filha da filha. 
Poesia nas cantigas de rodas de um povo lindo e único remanescente dos quilombos...
"Eu morava na areia... Sereia. Me mudei para o sertão... Sereia, comecei a namorar... Sereia, com aperto de mão. Ô sereiá!
A destreza das Marisqueiras do Rio Quente, a atenção permeada de carinho para esse "povo da cidade" meio que "fresquinho" ao pisar na lama, ao ser enredado por cipós, ao escorregar nas pedras...









Fiquei a observar o sorriso entre elas, achando graça daquele povo "estranho ao ninho". 

Enquanto observava, queria mostrar valentia, dizer que também podia ser uma desbravadora. Ledo engano, cada um tem seu dom, sua perspicácia, sua cultura... 

Falar em Cultura, como é bom conhecer novas culturas, novas pessoas, aprender com elas e ensinar também, em um local em que o preconceito ficou parado sobre a ponte, sem espaço para atravessar o rio. 


Enfim, conhecemos um pouco mais a história do nosso povo, da nossa cultura e tivemos a oportunidade de acrescentar em nossa vida e espírito a beleza de simplesmente nos tornarmos MELHORES seres humanos nesse planeta fantástico chamado TERRA. 

Obrigada a todos que compartilharam os medos e alegrias na TRILHA DA MARIQUINHA, MARISQUEIRA.

Na imagem abaixo, uma homenagem a equipe e a minha Vó Mariquinha que de seu mundo pode emprestar-me as montagens da imagem. De igual maneira os seus filhos Nelito da Mariquinha e Nivaldo da Mariquinha bem como a minha bizavó, deram enormes contribuições e acrescenta-se o lindo cenário do Riacho do Rio Quente e as comunidades quilombolas ribeirinhas.




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