Hoje é 1º de Julho.
Os sete quilômetros que separam minha casa na Praia do Flamengo ao trabalho em Itapuã, são suficientes para ouvir umas quatro músicas. Por sorte, bem antes de agora, no domingo crepuscular, chegaram em minha varanda os compadres cantadores, Mirian e Wilson Aragão. Seu filho Rui Aragão, logo cedo naquela calma que lhe é peculiar, no balanço da rede, nas prosas do cotidiano, já tinha sintonia com seu smartphone em rede e na rede.
A fala inicial só foi para falar que os compadres trouxeram como presente, um CD intitulado FORRÓ e CANÇÕES. Assim, no dia de hoje e de agora, levei Wilson Aragão em CD, na viagem dos sete quilômetros para ouvi-lo, não em seus causos que ouviria só um, dado a comprimento das falas. Também nem quis lisonjear-me com a música que fala: "Agora aprendi o caminho da roça, Caldas de Cipó, segura Noure lá no Rio Quente". "Massaranduba quanto tempo faz" ouvi apenas um refrão.Quase que parava em "Dúvida Duvidosa" naquela ideia de "Não sei se eu falo, não sei se não falo". Segui caminho nas faixas e já estava na curva de Stella Maris quando pulei pra " um abraço até logo salvador, nem que seja no lombo de um jumento...". Daí, o pulo chegou a "Deja...Quando na noite das luas de luar...E já sabia o que era uma canção." Pra lembrar o domingo, nada mais do que "E no domingo depois que eu beber vinho francês...Na estrada dessa manhã de novesfora nós dois". Nem vou citar fragmentos de Sertões e sertões, o clássico das canções, nem Beira Mar, nem "No inverno da noite, no Soure da vida", quanto mais, Tecendo o Amanhecer, "Mosaicos". Istalô, istalô, indicou a música que poderia ouvir por completo quando peguei o pedaço da Paralela e da Dorival Caimmi até chegar o destino final.
A quarta faixa do CD comemorativo das cantorias de Wilson Aragão, entre as 19 copiadas e coladas ao vivo no Artesanal Estúdio do também amigo e filho dos Aragão, Pitt, é a que ouvi quase que completo. Nem toda, mas, vejo que a parte: "E por falar de amor, faz tanto tempo que não te vejo, re re repare que ga gagarejo...Já perdemos tanto tempo, tanto tempo a caminhar." É uma parte que traduz e muito o coração do compadre cantador. Em seu mundo de assentamento, nas freguesias de Santo Amaro, reflexões no correr dos tempos, na caminhada dos diálogos, faz ecoar um silêncio que se ouve em todo sertão na ideia de ser um bom peregrino na estrada, cicatrizando caminhos, peregrino na noite com a sina de ser um filho da terra pelo mundo que não é dele.
Chego ao ponto de ficar e até às 12 horas, entre atendimentos e falas profissionais, ouvir o som ambiente naquela ideia de "vai pensamento sonha, abre as porteiras da terra", faz-se necessário.
Noure Cruz
Os sete quilômetros que separam minha casa na Praia do Flamengo ao trabalho em Itapuã, são suficientes para ouvir umas quatro músicas. Por sorte, bem antes de agora, no domingo crepuscular, chegaram em minha varanda os compadres cantadores, Mirian e Wilson Aragão. Seu filho Rui Aragão, logo cedo naquela calma que lhe é peculiar, no balanço da rede, nas prosas do cotidiano, já tinha sintonia com seu smartphone em rede e na rede.
A fala inicial só foi para falar que os compadres trouxeram como presente, um CD intitulado FORRÓ e CANÇÕES. Assim, no dia de hoje e de agora, levei Wilson Aragão em CD, na viagem dos sete quilômetros para ouvi-lo, não em seus causos que ouviria só um, dado a comprimento das falas. Também nem quis lisonjear-me com a música que fala: "Agora aprendi o caminho da roça, Caldas de Cipó, segura Noure lá no Rio Quente". "Massaranduba quanto tempo faz" ouvi apenas um refrão.Quase que parava em "Dúvida Duvidosa" naquela ideia de "Não sei se eu falo, não sei se não falo". Segui caminho nas faixas e já estava na curva de Stella Maris quando pulei pra " um abraço até logo salvador, nem que seja no lombo de um jumento...". Daí, o pulo chegou a "Deja...Quando na noite das luas de luar...E já sabia o que era uma canção." Pra lembrar o domingo, nada mais do que "E no domingo depois que eu beber vinho francês...Na estrada dessa manhã de novesfora nós dois". Nem vou citar fragmentos de Sertões e sertões, o clássico das canções, nem Beira Mar, nem "No inverno da noite, no Soure da vida", quanto mais, Tecendo o Amanhecer, "Mosaicos". Istalô, istalô, indicou a música que poderia ouvir por completo quando peguei o pedaço da Paralela e da Dorival Caimmi até chegar o destino final.
A quarta faixa do CD comemorativo das cantorias de Wilson Aragão, entre as 19 copiadas e coladas ao vivo no Artesanal Estúdio do também amigo e filho dos Aragão, Pitt, é a que ouvi quase que completo. Nem toda, mas, vejo que a parte: "E por falar de amor, faz tanto tempo que não te vejo, re re repare que ga gagarejo...Já perdemos tanto tempo, tanto tempo a caminhar." É uma parte que traduz e muito o coração do compadre cantador. Em seu mundo de assentamento, nas freguesias de Santo Amaro, reflexões no correr dos tempos, na caminhada dos diálogos, faz ecoar um silêncio que se ouve em todo sertão na ideia de ser um bom peregrino na estrada, cicatrizando caminhos, peregrino na noite com a sina de ser um filho da terra pelo mundo que não é dele.
Chego ao ponto de ficar e até às 12 horas, entre atendimentos e falas profissionais, ouvir o som ambiente naquela ideia de "vai pensamento sonha, abre as porteiras da terra", faz-se necessário.
Noure Cruz
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