13 de setembro de 2011

NÃO ABRA MAIS A TAMPA DE MINHA PANELA...

A TAMPA DE MINHA PANELA



Olhando aqui o Caldeirão do Huck, algumas falas rápidas e lembrando que sempre fui motivo de festa nos encontros do Assentamento do Pioneiro, na antessala de chegada de Cipó. De bugre ou no carro da paróquia, se ouvia gritos por cada passagem das casas enfileiradas de 150 em 150 metros. Para os mais velhos lá vem seu Lourius e, os mais novos Noure mesmo.
A lembrança não está nestas falas, mas, na ideia de uma festa envolvendo algumas pingas e um sarapatel de carneiro feito por dona Benigna que nunca conseguiu falar a palavra árvore que para a linguística dela, era avre mesmo. A festa, além de minha presença sempre garantida, estava Lucinha, Bruno e Breno e os anfitriões Mané Bigode, Benigna, seus filhos Elenilza e Beto, os falecidos Nuto e Dona Raimunda, seu Mané das Cobras e os Zés Bentes e Zaroio. De repente, quando menos se esperava, aparecia Aparecido e Nelza, boa cantora lírica que muito entoou com o caminho da libertação, nessa terra que era sem valor, de minha autoria..
Aí agora, frase sempre presente nas falas de Chico Vaqueiro do Capim, filho de Seu Vicente, este sobrevivente de Canudos do Conselheiro. Sim! Aí agora, foi que Dona Raimunda sentou próximo a seu Mané das Cobras e Zé Bentes seu esposo já com a química do etanol invadindo seu semblante, mirou com um tijolo a direção de Dona Raimunda e, tão forte tijolada passou por entre a minha cabeça e a de Lucinha, matando uma galinha que por sorte estava na frente, indo alojar-se quase na face de D. Raimunda que ingenuamente conversava com seu Mané das Cobras.
Pude gritar meu deus, dona Benigna oh que coisa e seu Mané Bigode, dono da casa, se armou com uma faca de mesa, cega de pia e ele com dificuldades em enxergar vultos que passavam.
Conversa vai e conversa vem, agora em diálogos os motivos da fragilidade, seu Zé Bentes enciumado e Dona Raimunda mandando deixar disso, foram as vias de fato quando de forma em tom alto e forte e era assim a voz dela pronuciar em sílabas: olhe aqui Zé Bentes e nunca mais vou deixar você abrir a tampa de minha panela.

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