Por Noure Cruz
Aliás,
Se Caldas de Cipó de fato ou Cipó de direito é bonita de
qualquer forma porque tem seu próprio jeito...
Assim, tem motivos de sua bela longevidade baseada na história
das sementes plantadas e que nenhuma foi abortada. Serviram para entendermos
nossa mentalidade com o olhar voltado para trás na ideia de que pelo que foi e
pelo que é se anuncia sempre o que será.
Com bons contadores da ancestralidade, sabemos que
O Padre Antônio Freire já enxergava algo que existia bem
antes da mitológica ave ter caído pela última vez nas proximidades de uma fonte
de água quente às margens do Rio Itapicuru;
Muitas migrações forçadas com origem em Cachoeira ou
diretamente do Guiné fizeram a matriz africana fixar sobrevivência pelas
freguesias além litoral, no Itapicuru: sesmaria de boas abrangências mesclando
estas matrizes com os senhorios dos Rodrigues, Macedo, Brito e afins ou por
outra linha de posse ou por sistema de criadagem;
Se na Década de 20 fez aparecer o primeiro automóvel em
Cipó, foi preciso ferramentas de cortes de matos e fortes braços que mais tarde
edificaram praças como a Juracy Magalhães e espantaram a feira de animais da
futura fonte luminosa para os arredores do mercado, depois tamarineiro, depois
matadouro e agora no jorro da Rua do jorro, fez também surgir o Grande Hotel e,
quem estava na inauguração? Ribeirinhos do Rio Itapicuru, do Rio Quente, Rio
Natuba, Rio Seco, Riacho da Ribeira, Massacará e outros ribeirinhos do
Itapicuru. Pensavam que ia falar Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, Guimarães
Rosa... Risos.... Estavam também cheio de cavalos e vaquejadas.
Na Década de 30, ainda apogeu dos Tempos de Genésio Sales
com a venda e comércio das Águas Thermais aos visitantes ilustres, outros aqui
estavam alheios a toda mudança do oásis sertanejo sem desfazer-se do comércio
local e haja caroás, cestos, redes, sisal e nem sabia ainda se poderia fazer
redes de nós com subprodutos da indústria têxtil paulista;
E NAS DÉCADAS DE 30, 40, 50, 60 do século passado, nossos
gestores, todos com perfil de engenharia civil e arquitetura, fizeram nascer
quase que uma cidade planejada com ruas retas e planas e prédios historicamente
corretos. Acho que a maior subida de morro cipoense são os 30 metros de Kulu a
igreja católica. Claro que somos uma depressão, um vale. O vale do rio
Itapicuru. Quem vem de Nova Soure ou Pombal já entra na paisagem, o grande
Grande Hotel.
Estes gestores não podem nem reclamar se deixamos ou não os
nomes registrados na história cipoense. Nossas ruas Petrônio Dantas Fontes,
Helenauro Sampaio, Acioly Andrade são provas de que retribuímos por seus
feitos.
As Décadas de 70/80 vieram recheadas de nomes fortes às
vezes na retórica, vide Gelson Gil, às vezes nas frases rápidas e certeiras,
vide Wilson Brito, meu padrinho, diga-se de passagem.
Destes, não se pode negar as estruturas sólidas da Beira Rio
(Muros) e elevação das águas termais para a praça.
A partir das décadas seguintes e dias de hoje, as variações Morcego,
cupim foram desaparecendo e a multimistura se homogeneizou com as gerações ainda em transição.
Ser isto ou aquilo ainda prevalece no semblante de todos que
circulam fora e dentro do centro cipoense expandindo pela Bahia, pelo Brasil e
pela América latina, precisamente na Argentina, motivados pelas redes de nós e daí
outras variações comerciais que se for adiante, já entra a China, o navio, os contêineres,
os acessórios de celulares e pode se enxergar bons investimentos quando
enxergamos em Cipó boas construções de casas para aluguéis aos eventos. Que
bom!
Assim, nossas gestões devem ter múltiplos olhares e uma
atenção especial para a gestão atual que dia e noite com seu controle remoto e
muitas vezes presencial, faz acontecer um município diariamente e prova disso
foi a ausência de uma oposição capaz de medir forças com base nas ações e obras
do município.