Hoje é aniversário! Completam-se 12 horas que me mudei para as freguesias do bem perto do mar. AMARALINA! Acredito que fora os padrões de elite e outras praias que se aproximam dos quintais em áreas de algumas estradas de cocos marcadas por linhas verdes, este é o ponto mais visivelmente que se possa pegar a água com a mão. E olhe que venho de terras onde se pegar o sol com a mão é música e prosa na voz de Luiz Gonzaga ou Fagner, não obstante, sinto a presença diária de Dorival Caimmi quando cantava a ida de Pedro em direção a pesca, com orientações em sua jangada pelas altas e baixas pressões. Acontece que já se passam de doze horas que aqui estou e por enquanto fazendo os encaixes necessários de alguns móveis que ficaram e vieram comigo.
A janela é como se fosse uma fotografia dinâmica e para ser mais preciso, um filme sem necessariamente ter começo meio e fim, mas, as imagens dos passantes, ficantes, abraços de ondas e ora a água alta, ora baixa, que analiso cada intervalo em tempos vagos dos efeitos da maré.
Da janela vejo em nome do instante as andadas matutinas, vespertinas e quase noturnas dos que saboreiam o bem estar das caminhadas. Vejo em maré baixa o pescar dos peixes que se isolam em pequenas lagoas que se formam e no muro de madeiras cilíndricas o sentar de casais que se equilibram entre os beijos, o vento e a paisagem do quase anoitecer.
Doze horas se passam e brinco de digitar estas palavras para se registrar o momento. Enfiara uma faca entre os dedos na noite anterior sem querer e, o trabalho que estaria a fazer hoje na descontração da folga semanal, deixei para um vigia que se pode ganhar um pouco pelo serviço quase que pequeno. O resumo de tudo e que se faz necessário colocar é que o mar é lindo com turbilhões de ondas que em maré alta fazem aparecer surfistas geralmente na boca da tarde e olhe que a noite, na primeira dormida e já ocorreram outras antes, o barulho das ondas quebradas, deixam meu subconsciente lembrar da rocinha do Rio Quente e Caldas de Cipó, lugar lindo de lindo e, com saudosismo, lembrar da sinfonia do vento que passava em barulhos também ao quase anoitecer.
Bem! Quase treze horas de convívio por estas ondas, apenas vou relaxar e entender a beleza e a delícia de estar num cenário que se fosse n'outros tempos poderia chamar de Ilha da Fantasia mesmo que nos moldes do meu pensar, na linguística que me seja conveniente.